De acordo com as informações avançadas pelos dois jornais brasileiros, a Polícia Federal do Brasil terá “vasculhado” a sala de António Vieira – que surge identificado no texto de O Estado de São Paulo como “executivo do Carregosa” –, na tentativa de encontrar provas que confirmem a tese de que o banco português terá facilitado “a evasão de divisas e lavagem” de capitais investigadas na operação ‘Lava Jato’, que apura os contornos da “lavagem de 10 bilhões de reais” e que envolve, entre outros, um ex-director da Petrobrás.
A mesma fonte oficial do banco faz saber que o escritório em São Paulo não se trata de uma agência ou sequer de uma sucursal e explica que “António Vieira é o representante do escritório do Banco Carregosa no Brasil, mas não exerce qualquer cargo de direcção ou administração”, razão pela qual, acrescenta, “o Banco Carregosa desconhece os factos que, alegadamente, lhe serão imputados”.
Este banco nota ainda que “neste momento” a entidade bancária não tem “qualquer actividade comercial” no escritório de representação de São Paulo. O SOL insistiu na questão das buscas à sala de António Vieira relatadas pelo Estado de S. Paulo, mas o Carregosa responde: “Apenas sabemos que António Vieira terá um escritório localizado no mesmo edifício onde se situa o escritório de representação do Banco Carregosa, onde funcionam várias empresas e várias representações”.
Ainda de acordo com O Estado de São Paulo, na origem da suspeita de ligação do banco português à operação ‘Lava Jato’ (já com suspeitos detidos) terá estado uma mensagem electrónica enviada por António Vieira, do Banco Carregosa, a um dos outros envolvidos na operação investigada pela polícia federal brasileira. O diário brasileiro escreve ainda que “para a Polícia Federal, há evidências de que o Branco Carregosa [e começa a citar] ‘transaccionou com Procópio e, consequentemente, com Youssef, [dois dos suspeitos] tendo lhe dado, consciente ou inconscientemente, apoio em operações de fuga de divisas e lavagem’”.
Já o maior jornal económico do Brasil, o Valor Económico, escreve que “no inquérito, a PF [Polícia Federal] afirma haver evidências de que o banco Carregosa fez transacções com Almeida Prado [Procópio] e Youssef, tendo participado ainda que indirectamente de operações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro”.
O SOL questionou a Polícia Federal do Brasil sobre as alegadas buscas ao escritório do Banco Carregosa em São Paulo no âmbito da operação ‘Lava Jato’ mas não teve qualquer resposta até ao momento.