"A Europa não se pode transformar na pátria da burocracia e dos bancos, devemos defendê-la do assalto da tecnocracia e torná-la na casa da política, dos valores e dos cidadãos", afirmou Renzi, durante uma convenção intitulada "Regiões da Europa", hoje realizada em Bolzano (norte de Itália).
Durante a intervenção no encontro, que também contou com a presença do chanceler austríaco, Werner Faymann, o chefe do Governo italiano defendeu que a unidade da Europa não pode ser só monetária, devendo abranger outras áreas.
"Não serve de nada ter uma moeda comum, se não se tem um rumo comum", sublinhou.
O líder do Partido Democrático (PD) italiano, o mais votado nas recentes eleições europeias com mais de 40% dos votos, referiu igualmente que a Europa deve reconquistar a confiança perdida no seu modelo político e económico, "como fez a Itália".
Matteo Renzi também abordou a polémica em torno da nomeação de Jean-Claude Juncker para a presidência da Comissão Europeia, que foi fortemente contestada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Não queremos que o Reino Unido saia da União Europeia. Deve fazer parte dos desafios europeus", sublinhou.
Estas declarações são feitas um dia depois de Renzi ter pedido ao Bundesbank, o banco central da Alemanha, para não se intrometer nos assuntos relativos a Itália.
"Respeito o trabalho do Bundesbank e quando desejar falar connosco será bem-vindo, partindo do princípio de que a Europa é dos cidadãos, não dos banqueiros, nem dos alemães nem dos italianos", disse, sexta-feira, o primeiro-ministro italiano.
Matteo Renzi respondia às críticas do presidente do banco central alemão, Jens Weidman, que condenou o endividamento da Itália e afirmou que o primeiro-ministro italiano de 39 anos "não deve só anunciar reformas, mas também aprová-las".
A 1 de Julho, a Itália assumiu a presidência rotativa da UE, identificando a imigração, o emprego jovem e o crescimento como áreas prioritárias para o mandato de seis meses.
Lusa/SOL