Lucros do Vaticano descem com a entrada de Francisco

O Banco do Vaticano, oficialmente denominado Instituto para as Obras Religiosas (IOR) publicou hoje as suas contas de 2013: 2,9 milhões de euros em 2013, um valor ainda assim significativamente abaixo daquele que foi obtido pelo Instituto em 2012, que foi de 8,6 milhões de euros.

A imprensa internacional não deixa de notar que o Vaticano baixou o lucro no ano em que Jorge Mario Bergoglio foi eleito sucessor de Pedro, a 13 de Março do ano passado. O próprio banco, em nota enviada às redacções e citada pelas agências internacionais, frisa que a queda dos lucros não serão alheias as reformas pedidas por Francisco.

Em Maio do ano passado, o banco passou em revista as contas dos clientes através de uma “análise sistemática de todos os registos de clientes para identificar a informação perdida ou insuficiente”.

Esta operação levou ao cancelamento de alguns milhares. Foram bloqueadas 1.329 contas individuais e 762 institucionais. A 30 de Junho do ano passado, o IOR tinha 15.495 clientes com activos totais de seis mil milhões de euros. A análise efectuada levou ainda

O encerramento destas contas implicou para a instituição uma perda de activos no valor de 44 milhões de euros. Destes, 37,1 milhões foram transferidos para instituições italianas, 5,7 milhões foram transferidos internamente como doações e os restantes 1,2 milhões de euros foram pagos aos titulares.

“Através deste trabalho, construímos as bases para que uma nova equipa faça do IOR um destacado prestador de serviços para as finanças católicas”, garantiu Ernst von Freyberg, responsável do banco, em comunicado.

O balanço do IOR regista que, a 31 de Dezembro do ano passado, o banco tinha 17 419 clientes, sendo 5 043 instituições católicas, representando mais de 80% dos activos geridos, e 12 376 pessoas físicas, menos de 20% do total.

A nova equipa será apresentada amanhã, quarta-feira, bem como a segunda fase de reformas da instituição.