centro, o primeiro desta dimensão em Portugal e na Europa, é uma iniciativa do Centro de Estudos Tibetanos Pendê Ling, com sede no Estoril, uma comunidade de praticantes com quase uma década de existência.
O espaço, que fica localizado próximo de Santa Susana, em Alcácer do Sal, nasceu para possibilitar um treino "tradicional e mais intenso" aos alunos budistas e para permitir convidar para Portugal "mestres de renome na tradição meditativa tibetana", disse à agência Lusa o Lama Guyrme, um dos mestres que rege o centro do Estoril.
O centro Gephel Ling (ilha dos ensinamentos do Buda), será inaugurado com a realização de um retiro de meditação e ensinamentos, entre 13 e 27 de Setembro, evento que traz pela primeira vez a Portugal o mestre Khochhen Rinpoche.
Contemporâneo do Dalai Lama, Khochhen Rinpoche, que fugiu para a Índia em 1959, é um dos mestres tibetanos mais antigos ainda vivos da tradição Nyingma, uma das escolas tibetanas.
No retiro de inauguração são esperados cerca de 200 budistas de todo o mundo, entre tibetanos, refugiados tibetanos na Europa e nos Estados Unidos e nepaleses.
O novo espaço, de cerca de 100 hectares, "oferece" a possibilidade de "integração com a natureza" longe das perturbações da vida quotidiana, considera o Lama Guyrme.
O centro pretende ser um pólo de promoção da cultura tibetana e dos ensinamentos do Buda, mas também um centro de retiros com capacidade para albergar praticantes provenientes de vários pontos de Portugal e da Europa "para aqui receberam ensinamentos específicos das tradições Nyingma e Kagyu do budismo tibetano".
As infra-estruturas construídas até ao momento têm capacidade para acolher 30 pessoas e, no futuro, está projectada a construção de um templo budista.
"Um dos nossos projectos é a construção de um templo de raiz, de acordo com a arquitectura sagrada dos princípios do budismo tibetano", disse o Lama.
O investimento global está estimado em um milhão de euros e no centro deverão viver em permanência cinco pessoas.
Está também prevista a realização de três a quatro retiros budistas internacionais por ano, mas o espaço estará aberto também a não budistas.
"Qualquer pessoa que possa apreciar uma cultura de paz, de tranquilidade …é bem-vinda", disse o Lama Guyrme, explicando que estão previstos vários programas que visam "criar um ponto de interacção dos benefícios que a cultura budista pode trazer a qualquer pessoa, independente da sua confissão ou da ausência dela", sublinhou.
O interesse pelo budismo em Portugal, onde se estima existam cerca de 15 mil praticantes, tem registado "vagas de interesse", que, segundo o Lama Guyrme, vão deixando algumas marcas constantes.
"Há momentos em que há maior curiosidade por parte do público […] e há momentos em que essa atracção se pode dissipar […], mas ao longo destes anos começa a haver uma reminiscência constante que está a crescer", disse, adiantando que a boa relação entre o budismo e a ciência é um dos aspectos que torna esta religião "muito interessante para o público moderno".
O budismo é uma tradição espiritual com 2.500 anos focada no desenvolvimento pessoal e na procura do profundo conhecimento interior.
Em todo o mundo, estima-se que existam 376 milhões praticantes e seguidores do budismo.
Lusa/SOL