Segundo o responsável, caso vença, o grupo Pestana ficará com a gestão das 12 unidades que o Tivoli tem em Portugal e das duas no Brasil, entre as quais o ecoresort da Praia do Forte, visto como uma das ‘jóias da coroa’.
“Os fundos é que serão os investidores e proprietários. São eles que fazem a avaliação do negócio e pediram para o grupo Pestana participar na área da gestão”, explicou Dionísio Pestana aos jornalistas, hoje, em Lisboa, escusando nomear os parceiros internacionais.
“Só estamos a fazer o estudo para operação e gestão hoteleira. Da nossa parte, o trabalho de casa, está feito. É um dossier que conhecemos bem, porque sempre acompanhámos o Tivoli, até como concorrente”, continuou o presidente da empresa madeirense, à margem de assinatura de um protocolo que permitirá à rede Pousadas de Portugal usar o selo da Casa Real Portuguesa.
Sem adiantar calendários, Dionísio Pestana, afirmou que ainda não foi formalizada qualquer proposta. “Os nossos parceiros estão a analisar e vão fazer a proposta quando acharem oportuno”, frisou.
Admitiu, porém, que caso este consórcio vença, pode manter a marca Tivoli nalgumas unidades. “É uma boa marca e não vamos deitar fora uma marca que tem tantos anos”, frisou.
Dionísio Pestana acredita também que, a avançar, o negócio não trará problemas junto da Autoridade da Concorrência, “porque as redes [do Tivoli e do Pestana] se complementam”.
“Aumentaria em 10% a nossa oferta. Não é assim tanto, mas é importante porque complementa a nossa actividade”, antecipou.
Em final de Maio, em entrevista ao SOL, um dos administradores do grupo, Luigi Valle, já tinha avançado que o grupo estava a analisar a cadeia Tivoli e que “havia boas oportunidades”.
Na semana passada, o jornal espanhol Expansion noticiava que um consórcio formado pelo fundo norte-americano Pimco, pela rede hoteleira Iberostar e pelos suíços da Helvetia, teria feito a proposta mais elevada ao Grupo Espírito Santo – que tem à venda vários activos não-financeiros de forma a conseguir encaixes que permitam pagar dívida – na casa dos 333 milhões de euros. Segundo a publicação, na corrida estariam também um grupo tailandês, a Cerberus e um investidor português.
Actualmente, o grupo Pestana tem 93 unidades hoteleiras, entre hotéis e pousadas, na Europa, Américas do Sul e do Norte e África.
Crescer nas principais capitais europeias e na América Latina tem sido a estratégia do maior grupo hoteleiro nacional. Na Colômbia, por exemplo, “há negociações” para ter um segundo hotel. E o Uruguai também está nos planos. “É um romance de anos”, voltou hoje a salientar Dionísio Pestana sobre a possibilidade de ter um hotel neste país.