Sim, porque foi disso que se tratou: Boa música. O palco principal foi 'aquecido' pelos portugueses You Can't Win, Charlie Brown, mas foram os Black Mamba que conseguiram pôr a plateia a vibrar. Num concerto cheio de misturas entre o soul e o rock clássico – e com uma 'pitada' de Áurea à mistura – a voz de Pedro Tatanka não deixou ninguém indiferente, tendo a música 'I'll meet you there' sido um dos momentos altos do espectáculo.
Infelizmente, o concerto dos Black Mamba ficou marcado pelas falhas técnicas. Já quase no final do concerto, o público deixou de conseguir ouvir o que os músicos tocavam e cantavam. A banda ultrapassou o sucedido e acabou o espectáculo 'em grande'!
Mas o grupo português não foi o único a sofrer alguns 'percalços'. Os britânicos Bastille também tiveram direito a algumas falhas técnicas, com a música mais esperada pelo público – ' Pompeii' – a ser tocada praticamente apenas para as pessoas que se encontravam no backstage ou encostadas às grades. O vocalista Daniel Smith até se sentiu na obrigação de pedir desculpa aos presentes pelo sucedido.
Apesar disso, os Bastille deram um concerto exemplar. A afinação de Smith esteve à altura de qualquer grande nome do indie rock, bem como a coordenação da restante banda, que, mesmo nos momentos mais difíceis, não deixou o grupo 'cair', retomando sempre a música com o mesmo sentido rítmico. Assim sendo, foi um concerto marcado pelas fortes batidas de 'The Draw' e 'The Things We Lost in The Fire', com a plateia a vibrar com 'Flaws' e (o pouco que ouviram) de 'Pompeii'. A banda pode é ter perdido alguns fãs portugueses, já que o vocalista decidiu agarrar e exibir uma bandeira do Sporting…
Outro dos grandes concertos da noite foi o dos Foster The People. A estreia da banda norte-americana não podia ter sido melhor: Os falsetes e a voz anasalada de Mark Foster não deixou ninguém indiferente, com o recinto a ficar cada vez mais cheio à medida que o espectáculo avançava. Com uma energia contagiante, o grupo conseguiu manter os portugueses 'vidrados' no palco, quer com as músicas mais 'enérgicas' como 'Coming of Age' e 'Helena Beat', como com as melodias um pouco (muito pouco) mais pesadas de 'Best Friend' e o já clássico 'Houdini' – mantendo sempre a boa disposição e ritmo contagiante. Como era esperado, a música cantada em uníssono no Alive foi 'Pumped Up Kicks', a mas conhecida desta banda de Los Angeles.
O palco principal do festival 'fechou' com Os Libertines, a banda do arrojado Peter Doherty. Mantendo sempre a mesma onda do indie 'clássico', este concerto foi ideal para aqueles que contavam ver um espectáculo sem grandes surpresas.
Com uma boa coordenação e bons vocais, a banda formada em 1997 não deixou os seus fãs decepcionados, com Doherty a mostrar que o tempo que passou recentemente num centro de reabilitação trouxe-lhe uma nova frescura e vontade de continuar em palco. Sem interagirem muito (ou nada) com o público, os Libertines não conseguiram conquistar os ouvidos dos festivaleiros, com mais de metade do espaço para a plateia a ficar vazio. No entanto, é necessário referir mais uma vez que, para os fãs do grupo, este foi um concerto que não decepcionou.
Nos palcos secundários houve de tudo um pouco. Destaque para as melodias do jovem português Tom Mash, o grunge dos britânicos Drenge, os sons pesados dos Paus e o groove dos londrinos Jungle. É também de realçar o facto de a música electrónica do australiano Chet Faker ter conseguido encher a tenda da Heineken já depois das 01h00, com dezenas de pessoas a terem que assistir ao concerto fora do espaço.
Apesar das falhas técnicas, o festival teve um encerramento 'digno de se ver'. Como a organização já fez saber, para o ano há mais.