Esta Rede Europeia para o acesso ao aborto, inicialmente impulsionada pelo grupo feminista 15M, de Berlim, na Alemanha, é composta por grupos de pessoas que em vários países se comprometem a ajudar, disponibilizando estadia, oferecendo acesso a toda a informação sobre os requisitos legais e procedimentos médicos e realizando serviço de acompanhamento e tradução. O funcionamento é simples; voluntários portugueses são incluídos numa bolsa, onde depois as espanholas que optarem por vir a Lisboa podem aceder para solicitar o apoio que necessitarem. Para isso, será em breve disponibilizado um formulário que as mulheres irão preencher enviando para as pessoas responsáveis pela rede, que depois as encaminham para os voluntários da cidade escolhida para praticar o aborto.
Além de Lisboa, esta rede já conta com pólos em Londres, em Inglaterra, Viena, na Áustria e Bruxelas, na Bélgica.
“Pretendemos garantir a nossa liberdade reprodutiva e sexual, a mesma que governos machistas se empenham em negar”, explica no site Marta Cazorla Rodríguez, uma das impulsionadoras da rede.
Segundo as responsáveis do projecto, outro dos objectivos é evitar e reduzir os abortos clandestinos, uma vez que, alegam, estudos da Organização Mundial de Saúde referem que a restrição do acesso à IVG não diminui o número de abortos, mas aumenta os casos de internamento e morte devido a operações ilegais.