Estaleiros: Par de muletas vai a leilão

Um par de muletas está entre o material que a administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vai voltar a tentar vender em leilão, na próxima semana, segundo os anúncios dos concursos hoje publicados pela empresa. 

Estaleiros: Par de muletas vai a leilão

Em causa estão 18 leilões que vão decorrer nos dias 21 e 23 deste mês para tentar vender, entre outros equipamentos e pela segunda vez um par de muletas, marquesas e mesas de obstetrícia do posto médico da empresa pública actualmente em fase de liquidação, como consultou hoje a agência Lusa na página dos ENVC na Internet.

À venda estão ainda diverso material informático, o caso de 23 monitores e 31 impressoras, máquinas de soldar e equipamento de mergulho, mobiliário de escritório, ferramentas, gruas, empilhadores, plataformas elevatórias e zorras hidráulicas.

Grande parte do material volta a leilão na próxima semana, por não terem sido apresentadas propostas às primeiras tentativas de venda. 

O período para a apresentação de propostas de aquisição para estes 18 leilões termina na próxima sexta-feira. 

Estes procedimentos têm vindo a decorrer desde o início do ano no âmbito do encerramento dos ENVC e da subconcessão dos terrenos e infra-estruturas da empresa pública ao grupo privado Martifer, assumida dia 2 deste mês. 

No início deste mês, o secretário-geral da Empresa Portuguesa de Defesa (Empordef), adiantou à Lusa que os cerca de 60 leilões já realizados pela administração dos ENVC desde Janeiro representaram um encaixe financeiro de 1,12 milhões de euros.

Luís Rochartre disse ainda que estes procedimentos já permitiram vender cerca de um terço dos 20 mil itens (bens móveis da empresa pública) que ficaram fora do concurso da subconcessão ao grupo Martifer. 

Questionado pela Lusa, respondeu que "não foram criadas expectativas" quanto ao resultado final desta operação, que está a ser assegurada por cerca de 40 trabalhadores dos ENVC. 

"Não havia propriamente uma estimativa em relação ao valor esperado. A orientação é exactamente realizar o maior valor possível, sendo que estamos completamente dependentes do mercado e das ofertas que nos façam. Alguns leilões não se realizaram porque não aceitámos as propostas com valor abaixo do normal no mercado", explicou, na altura. 

O processo de venda deste equipamento, adiantou, deverá estar concluído em Setembro ou Outubro. 

Disse ainda que estes materiais móveis não foram incluídos no concurso de subconcessão devido à "necessidade de haver uma descontinuidade da actividade económica dos ENVC face à subconcessão atribuída". 

"O concurso incluía um leque alargado de actividades, em que uma delas era a construção naval, e não exclusivamente. 

Relativamente ao prazo estabelecido para a liquidação dos ENVC, não apontou datas, por "não depender apenas dos activos da empresa pública". 

"O encerramento efectivo tem uma série de outras condições, como fiscais, prazos e realização de assembleias-gerais. São questões bastante complexas do ponto de vista jurídico que não acredito que em Outubro estejam concluídas", rematou.

Lusa/SOL