Com dois bailarinos (o próprio Josef Nadj e Ivan Fatjo) e dois músicos (Akosh Szelevényi e
Gildas Etevenard), o espectáculo tem como objectivo evocar a paisagem que transforma e é transformada pelo homem. Mas não é só da paisagem universal que aqui se fala. Oriundo da cidade de Kanjiza, na ex-Jugoslávia, actual Sérvia, Josef Nadj vai buscar inspiração às suas recordações dessa terra natal para criar. E nos quadros a que vai ser possível assistir hoje e amanhã é essa mesma cidade que é evocada, numa viagem pela memória e pelo movimento.
E a memória é também a do trabalho anterior de Nadj. Paisagem Desconhecida dialoga com os duetos Diário de um Desconhecido, criada para a Biena de Veneza e para o Théâtre de la Ville, em 2002, e Paisagem Depois da Tempestade, criada para o Festival de Avignon, em 2006. Almada ficará agora, também, gravada no mapa geográfico de Nadj.
Nascido em 1957 em Kanjiza, Josef Nadj vai viver para França em 1980, onde frequenta os cursos de mímica de Marcel Marceau e Étienne Decroux. É então que vai descobrir o mundo da dança contemporânea, com coreógrafos e bailarinos como Fraçois Verret, Catherine Diverrès e Mark Tompkins. Em 1986 funda o Théâtre Jel, a sua própria companhia. E, desde 1995, está à frente do Centre Chorégraphique National d’Orléans. Sendo um dos mais respeitados nomes da dança contemporânea europeia recebeu, em 2002, o Grande Prémio da Dança do Sindicato da Crítica e, em 2006, o Prémio Europa Novas Realidades Teatrais.