O relatório anual sobre o clima, publicado no Boletim da Sociedade Meteorológica Norte-Americana, junta os dados científicos e os eventos climáticos do ano passado, resultado do trabalho de 425 cientistas, em 57 países.
O documento é comparável a um exame médico anual, explicou aos jornalistas Tom Karl, director da Agência Oceânica e Atmosférica Norte-Americana (NOAA).
"Se quiséssemos fazer uma analogia com a saúde humana, poderíamos dizer que vemos quanto engordámos e quantos quilos podemos continuar a ganhar, ano após ano", declarou.
"O planeta, o estado do clima, está a mudar mais depressa agora do que em qualquer outro momento da civilização moderna", acrescentou Tom Karl.
De acordo com o relatório, a Austrália teve o seu ano mais quente de sempre, a Argentina o segundo e a Nova Zelândia o terceiro.
As temperaturas à superfície dos oceanos também aumentaram, levando o ano de 2013 para a lista dos dez anos mais quentes de sempre.
O Árctico conheceu o seu sétimo ano mais quente desde o início do 'ranking', no início do século XX.
O volume do gelo árctico é o sexto mais baixo no 'ranking' que começou em 1979, por meio de observações de satélite.
Por seu lado, a Antárctica viu o seu volume de gelo (no mar e não na terra) a crescer a um ritmo de 1% a 2% por década.
"O facto de que a cobertura de gelo no Árctico se comportar de forma diferente do que na Antárctida é um enigma", disse James Renwick, professor na universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia.
O nível geral de água aumentou três milímetros no ano passado, respeitando o ritmo constante dos últimos vinte anos.
"Em 2013, o nível médio da água no mundo atingiu um novo recorde", indicou Jessica Blunden, climatologista da NOAA.
Lusa/SOL