Ana Lourenço e João Lopes foram escolhidos pelo Governo para integrar o novo órgão, que irá também supervisionar a actividade da televisão pública.
Simonetta Luz Afonso e Manuel Pinho foram escolhidos, por maioria (sem votos contra) pelo Conselho de Opinião da RTP.
"O Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional informa que convidou Ana Lourenço e João Lopes para integrarem o Conselho Geral Independente da RTP. O convite foi aceite por ambos, dando, assim, cumprimento às regras de composição do novo órgão, com a nomeação de dois membros por parte do Governo", diz um comunicado emitido pelo gabinete de Poiares Maduro.
Ana Lourenço tem 42 anos, é natural do Porto, é professora de Economia e Gestão na Universidade Católica Portuguesa e especialista na área da Regulação do Audiovisual. Doutorou-se em Gestão na Universidade de Cambridge, com uma tese intitulada "Regulating contracts in the independent television production industry". Tem artigos publicados e orientou diversos trabalhos sobre o serviço público de rádio e televisão, incluindo em revistas internacionais.
Ana Lourenço participou em diversos trabalhos de análise dos principais grupos de Media para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Integrou os projectos internacionais EUROCAP — Social dialogue, employment and territories: "Towards a European Politics of Capabilities" e REFGOV — Reflexive Governance in the Public Interest.
João Lopes nasceu nas Caldas da Rainha, tem 60 anos, é jornalista e dedica-se regularmente à crítica de cinema.
Começou a trabalhar em cinema aos 18 anos, como assistente de realização de Eduardo Geada, tendo participado na escrita de dois filmes de Fernando Lopes: "Lá Fora" (2004) e "98 Octanas" (2006). Foi responsável pela programação de Cinema de Guimarães 2012 — Capital Europeia da Cultura.
Trabalhou, entre outras publicações, nas revistas Vida Mundial, Seara Nova e Cinéfilo, e nos jornais República, A Luta e Expresso (onde foi editor da secção de Cultura).
Foi também director editorial da Editorial Notícias e colabora, presentemente, com o Diário de Notícias, a SIC Notícias e a Antena 1.
João Lopes tem reflectido ao longo dos anos sobre a televisão (data de 1995 o livro "Teleditadura — Diário de um espectador"), tem no seu currículo algumas curtas e longas-metragens e encenações teatrais. É Professor na Escola Superior de Teatro e Cinema.
Simonetta Luz Afonso, Museóloga, é doutorada em História da Arte e esteve ligada aos museus e a eventos culturais públicos durante duas décadas.
Começou por exercer o cargo de conservadora de museu no início da década de 1970 no Palácio Nacional da Pena, em Sintra, e depois no de Queluz, onde foi também directora. Nos primeiros anos da década de 1980 dirigiu o Instituto de Conservação e Restauro e na década seguinte, entre 1991 e 1996, assumiu o cargo de primeira directora-geral do Instituto Português de Museus, onde executou um plano estratégico de reestruturação e modernização da rede de museus portugueses.
Foi comissária nacional em exposições como a Europália 91, Expo 98 e Hannover 2000, conservadora do Museu da Assembleia da República (2001/04) e terminou a carreira como presidente do Instituto Camões (2004/08).
Simonetta Luz Afonso subscreveu o manifesto em defesa do serviço público de rádio e televisão lançado em 2012.
Manuel Pinto é Professor catedrático em Ciências da Comunicação no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, onde coordenou projectos de investigação nas áreas do jornalismo, educação para os media e política de comunicação.
Tem participado em estudos, trabalhos e edições sobre o serviço público de televisão e rádio. Foi jornalista e provedor do leitor no Jornal de Notícias.
Os quatro elementos hoje escolhidos para o Conselho Geral vão ter de se reunir em breve para cooptar mais dois elementos, um dos quais será o presidente deste órgão.
O Conselho Geral Independente, terá como função escolher o Conselho de Administração e supervisionar a actividade da RTP e será composto pelo Presidente e por cinco Vogais.
O mandato, "independente, inamovível e não renovável, terá a duração de seis anos".
"O Governo acredita que este novo modelo de governo irá contribuir para um serviço público mais independente e de maior qualidade", diz o comunicado de Poiares Maduro.
Lusa/SOL