Com a ligação cada vez maior do mundo em rede, a privacidade começa a ser um valor pelo qual as pessoas estão dispostas a pagar. Ou, pelo menos, certas empresas que agora prometem a protecção de dados. O MIT prepara, então, o Open Personal Data Store (à letra algo como ‘alojamento aberto de dados pessoais’, ou openPDS) para reequilibrar o direito dos cidadãos à privacidade com os desejos insaciáveis do marketing. À partida, a palavra ‘open’ (‘aberto’) ligada a dados pessoais parece um contra-senso para o que se propõe.
Mas, explica a revista Scientific American, apesar de o openPDS armazenar dados como a localização das pessoas, ou os usos que elas dão ao telemóvel ou que tipo de pesquisas fazem online, o programa está preparado para recusar a partilha directa de qualquer desses dados. Para aceder a eles – por exemplo, para confirmar a morada para onde se deve mandar uma encomenda pela Amazon – as empresas, quer sejam de aplicações para telemóvel ou um site, precisa de interpelar a base de dados do openPDS. O programa disponibiliza os dados, então, só a partir de respostas predefinidas pelo utilizador específico. Ou seja, o utilizador define, a priori, se quer partilhar os seus dados com aquela empresa, gerando um conjunto de respostas que só se aplicam a ele individualmente.
O MIT já está a negociar o openPDS com empresas de telecomunicações italianas e dinamarquesas. Outras empresas, porém, já oferecem esses serviços, como a britânica Mydex – que conta com uma vasta gama de serviços, aplicáveis a entidades, empresas ou indivíduos –, baseando-se nos mesmos princípios, ou a holandesa QiY. A diferença está num detalhe: as bases de dados dos utilizadores estão encriptadas, pelo que a informação – e aqui está a semelhança – só ‘sai’ com a autorização dos próprios.