Professores queixam-se que esta prova foi mais difícil

Após duas horas de prova, os professores começaram a abandonar o edifício da Escola Básica 2.3 Quinta de Marrocos em Benfica, Lisboa. Os vários docentes ouvidos pelo SOL manifestaram uma convicção comum: as 16 páginas do exame desta terça-feira apresentavam um grau de dificuldade muito mais elevado do que o da prova de avaliação de…

Professores queixam-se que esta prova foi mais difícil

Nessa altura, muitos professores contratados com menos de cinco anos de serviço conseguiram realizar o exame obrigatório imposto pelo Governo para aceder à carreira, mas outros foram impedidos de o fazer devido aos boicotes e greves dos colegas, tendo tido agora uma segunda oportunidade.

Ana Correia, que ensina Matemática e Ciências, afirmou que o grau de dificuldade das perguntas de Matemática não era acessível a todos os professores, considerando que só os formados na área conseguiam responder àquelas  questões. Salientou ainda que “os exames dos alunos de 10º ano possuíam mais conteúdo”, uma vez que os agora realizados “primavam pela ambiguidade”.

Com a mesma opinião, Rui Santos, professor de Educação Física, explicou ao SOL que nem conseguiu responder a algumas perguntas e salientou que “o aviso com três dias de antecedência não permitiu qualquer preparação para a prova”.

Apesar disso, e dos protestos que se registaram um pouco por todo o País, nesta escola a PACC decorreu sem grandes dificuldades. Teve início às 10h30, como previsto, e coincidiu com a reunião sindical convocada pela Fenprof.

Apesar das ordens do Ministro Nuno Crato para os directores não deixarem entrar na escola professores alheios à realização da prova, incluindo os representantes sindicais, a direcção da EB 2.3 Quinta de Marrocos contornou esta indicação. Para assegurar condições de segurança e tranquilidade, através de uma das portas da escola entraram os convocados para a PACC e através de outra acedeu quem se dirigiu ao encontro promovido pelas estruturas sindicais.

Apesar de estarem convocados cerca de 50 professores, a maior parte das salas não atingiu a capacidade máxima. No local estiveram poucas dezenas de professores em protesto, bem como o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que contestou a realização do ‘exame’. “A realização desta prova mostra falta de respeito perante os professores e os sindicatos”, afirmou, defendendo que “não é com medidas desta natureza que se promove o diálogo social”.

Para a prova de hoje estavam inscritos cerca de 4000 professores, número que apenas inclui os docentes que em Dezembro se apresentaram para fazer a prova e que a greve dos colegas que a iriam vigiar impediu de fazer. Fora deste número estão os professores que entraram nas salas para fazer a PACC mas que não a conseguiram realizar por falta de condições. O Ministério da Educação ainda não esclareceu o que vai acontecer a estes últimos.

barbara.silva@sol.pt