"Esta [visita] é uma manifestação de afecto, uma função em que nós queremos concorrer, com a nossa presença, para um sentido de dignidade, que tem de ser comum a todos", afirmou aos jornalistas, acrescentando: "A nossa presença é um exercício de uma cada vez maior transparência dos lugares da democracia", que são também os espaços fechados onde a cidadania tem de se reconstruir".
Acompanhada de deputados da Comissão Parlamentar de Direitos, Liberdades e Garantias, Assunção Esteves contactou hoje com vários reclusos e formadores daquele estabelecimento.
A presidente do Parlamento visitou espaços de vários ofícios, ficou a saber que o estabelecimento tem 714 reclusos e que cerca de 200 frequentam acções de escolarização, do primeiro ciclo ao secundário.
"Esta é uma visita que nos suscita sempre uma reflexão e apreensão criadora de tentar procurar soluções", comentou, quando foi questionada pelos problemas que existem nas prisões portuguesas, nomeadamente a insuficiência de guardas.
A presidente da Assembleia da República sublinhou que o contacto com a realidade, como o que hoje ocorreu, "ajuda na percepção das coisas e na atenção sobre elas".
"Todos nós temos uma inquietação sobre as realidades mais duras e andamos com alguma angústia à procura de soluções", sublinhou, dizendo ter "uma noção clara das dificuldades".
Assunção Esteve recordou que a comissão que hoje visitou o estabelecimento de Paços de Ferreira "tem uma dinâmica muito intensa de troca de impressões, sugestões e injunções com o Governo e com os espaços da sociedade", na procura das melhores soluções para os problemas.
"O trabalho parlamentar é o partir da pedra nas comissões parlamentares. É todo o poder de que está investido o Parlamento que, ao passar por aqui, vai agitado para encontrar as soluções", acrescentou.
Lusa/SOL