Talvez fosse excessivo, nos tempos que correm, prender um artista idiota que resolve dar nas vistas a enforcar um símbolo nacional, como a bandeira. Já ninguém quer ver gente presa, por causa de símbolos, nacionais ou não.
Mas devia-se ter em conta a história da bandeira, para fixar o nome do autor, e o pôr entre os que não vale a pena ter em conta, quando quisermos ver arte. Confesso que não o fixei, nem me apetece procurá-lo.
Discordo com Fátima Bonifácio na sua apreciação sobre as desregras da arte contemporânea. Mas não há dúvida de que, desde o pós-modernismo, e por definição dele, as regras acabaram. Hoje, a arte contemporânea vale mais ou menos, não por seguir regras, mas por corresponder ou não a um gosto, e esse gosto se revelar ou não duradouro.
E até há quem não queira gostos duradouros, e apenas ir vendo coisas novas e diferentes – onde actos pouco imaginativos e simplesmente destrutivos, como o da bandeira enforcada, talvez caibam (!…) Por mim, aposto no gosto duradouro – que sempre me garante alguma qualidade criativa.