O "eurobarómetro da primavera" revela que, pela primeira vez desde há vários anos, uma maioria dos europeus considera que a situação económica melhorará nos próximos 12 meses e crê que o impacto da crise sobre o mercado de trabalho já atingiu o seu máximo, mas os portugueses encontram-se entre aqueles que permanecem pessimistas.
De acordo com o inquérito, 96% dos portugueses consideram "má" a situação económica no país — o valor mais alto entre os 28, juntamente com Grécia e Espanha, e muito acima da média da UE, de 63% -, e 52% temem que "o pior está ainda para vir" no mercado de trabalho, sendo Portugal um dos seis Estados-membros onde este sentimento predomina (juntamente com França, Chipre, Grécia, Eslovénia e Itália), enquanto no conjunto da UE já são mais aqueles que pensam que o pior já passou (47% contra 44%).
Por outro lado, mais de um terço dos portugueses (38%) admite recear cair em situação de pobreza – o nono valor mais alto da UE, numa classificação encabeçada pelos gregos -, e uma grande maioria (70%) considera que o principal problema com que o país se confronta é o desemprego, embora, a nível pessoal, apontem na sua maioria (47%) o aumento dos preços e inflação.
Com uma esmagadora maioria (85%) a manifestar pouca confiança no Governo nacional (contra 68% na média europeia), Portugal é também dos países onde mais inquiridos (33%) consideram que quem está em melhores condições de tomar acções efectivas contra a crise é a União Europeia (contra 24% da média comunitária).
Lusa/SOL