O serviço começou esta semana: as notícias económicas da AP, no que toca a duas empresas grandes, de brinquedos e de retalho, já não são redigidas por seres humanos, mas por “journobots” (uma conjugação de jornalista e robô, em inglês). São artigos muito curtos, entre 150 e 300 palavras, e estão absolutamente limitados a esta área. Mas os receios nas redacções avolumam-se, como seria de esperar.
O director da área económica da AP, Lou Ferrara, apressou-se a tentar desdramatizar a decisão da agência. Citado pelo diário francês Le Monde, Ferrara diz que a decisão até será melhor para os jornalistas – humanos – no futuro: “Não posso dar-me ao luxo de ter jornalistas a perder tempo a coligir dados. Em contrapartida, temos a necessidade de mais reportagens”.
Os profissionais podem voltar a ter tempo de sair da redacção em busca de histórias de maior fôlego? Parece ser essa a intenção, libertá-los da tirania dos números e fazê-los sair da redacção – uma das queixas mais comuns dos jornalistas actuais – ao mesmo tempo em que se pode “duplicar os conteúdos online”, conclui Ferrara.