Suponho que ela própria o acha hoje também, porque critica na política das Finanças muito do que já fizera no Governo de Durão Barroso – com a constatação de que se tratava de um caminho errado para os objectivos pretendidos.
Mas gostei de a ouvir dizer, no comentário da TVI24 (raramente, ou nunca mesmo, vejo os comentários de políticos nas TVs, mas este teve muita repercussão), a propósito do GES e do BES, que “Afinal havia ali um grupo ao nosso lado importantíssimo que vivia acima das suas possibilidades”. Há muito que penso ter ficado provado (pelo menos, claramente, desde a crise internacional de 2008) terem sido os Bancos, e talvez alguns governos que apostavam no crédito fácil para pessoas, famílias e obras públicas desnecessárias, quem andou a viver acima das suas possibilidades, embora os governantes que temos prefiram acusar os contribuintes, e pô-los a pagar as facturas – enquanto os políticos mantêm todas as suas mordomias (realmente acima das possibilidades de toda a gente, porque não existem noutros países democráticos).
Quanto a Ricardo Salgado, já se sabe: a nossa opinião publicada um dia alinha toda contra ele, e no seguinte defende-o (pasmando com a fuga de antigos apoiantes), para se sucederem novos movimentos semelhantes. Sempre fomos assim.
Mas Manuela Ferreira Leite tem razão noutra coisa: foi preciso ele cair do seu Poder para a nossa Justiça o perseguir. Se não, ainda continuava a fazer as suas pilantrices, sem ninguém refilar.