O fim do Tide, da Gillette ou da Pantene nos supermercados?

A gigante norte-americana Procter & Gamble vai fazer uma revolução completa nas suas marcas, baixando de cerca de 170 para menos de metade.

Provavelmente, daqui a algum tempo as prateleiras de supermercados portugueses vão perder alguma variedade.

“Vamos criar uma empresa de crescimento rápido, mais lucrativa e mais simples de operar”, afirmou esta sexta-feira o presidente da Procter & Gamble (P&G), Allan G. Lafley, na apresentação de resultados. O objectivo é fundir, eliminar ou vender grande parte das marcas da P&G, ficando com as 70 ou 80 mais fortes.

A P&G é um dos gigantes mundiais dos produtos para casa, higiene pessoal, mas também de alimentação e até electrodomésticos. No ano fiscal terminado a 30 de Junho passado, o grupo teve vendas de 83 mil milhões de dólares (62 mil milhões de euros), mas isso representou um crescimento de apenas 1%, daí esta estratégia de centralização.

E é aqui que os números ganham ainda maior expressão. Para a administração chefiada por Lafley, basta ter vendas inferiores a 100 milhões e dólares (74,5 milhões de euros) por ano para já não interessar à P&G. Marcas conhecidas a nível mundial como a Tide, a Gillette, a Swiffer ou a Duracell não deverão fazer parte desta lista a abater, mas seguramente que algumas das insígnias que vão desaparecer são conhecidas dos portugueses e estão presentes nos supermercados nacionais.

A P&G tem 23 marcas com vendas entre 1 e 10 mil milhões de dólares (745 milhões a 7,5 mil milhões de euros); 14 entre 500 e mil milhões de dólares (372 a 745 milhões de euros); e cerca de 40 marcas estão entre o patamar mínimo de 100 milhões de dólares e os 500 milhões (74,5 a 372 milhões de euros). E é nestas, presentes em todos os cantos do planeta, que o grupo quer apostar mais.

Allan Lafley, de 67 anos, é considerado um dos grandes estrategas do crescimento da Procter & Gamble neste novo milénio. Curiosamente, Lafley estava reformado desde 2010, mas acabou por voltar ao activo e às suas funções de chefia na P&G em Maio do ano passado.

emanuel.costa@sol.pt