Parece-me que nenhuma tem razão. Quando vi o título do livro de Dolores, A Mãe Coragem, pareceu-me excessivo, porque a coragem por ela demonstrada é a de milhares e milhares de mães, por este mundo fora.
Só compreendo que ela pretenda aproveitar a fama do filho, que esteve em vias de ser abortado, para lançar um livro com algum sucesso. E não me merece simpatia a atitude de pessoas que procuram tirar partido da fama de outros seus próximos, como plantas epífitas.
Vejo-lhe, portanto, duas características que me são desagradáveis: contar como caso excepcional uma história banal (cuja única excepcionalidade é o talento de um filho em tempos não querido), e depois pendurar-se na fama do filho para sobressair.
Mas já que segue por esse caminho, prefiro que o faça com alguma autenticidade de postura, sem querer armar-se ao que não é.
Claro que Paula Bobone – que usa o apelido de um marido, o arq. Vasco Bobone, que lhe parece sonante – apesar de estalar o verniz a cada momento (como com as críticas a Dolores Aveiro ou certas vestimentas que usa), não compreende que alguém se fique pela autenticidade das suas raízes.
É preciso nunca esquecer que a etiqueta, ao contrário da objectividade dos protocolos oficiais, varia de meio para meio. E quem não quer ser conde de Abranhos ou Paula Bobone merece todo o meu respeito e admiração.