O número foi lido como uma “demonstração de apoio ao projecto europeu” pelo líder liberal Guy Verhofstadt, que na noite de 25 de Maio referia-se à queda na abstenção como “a primeira boa notícia da noite”. No Twitter, a ainda comissária Viviane Reding sublinhava a “inversão da tendência”.
O problema é que se sustentavam em sondagens à boca da urna. Um mês e meio depois, os números oficiais mostram que a verdade é outra: dos 43% de eleitores europeus que participaram na votação de 2009, passou-se agora para 42,54%, confirmando a queda no número de participantes que se registou sempre desde que os eurodeputados passaram a ser eleitos por voto directo.
No Daily Mail, um dos partidos eurocépticos que mais ganhos teve na votação já reagiu aos números oficiais. Paul Nuttall, vice-líder do Partido para a Independência do Reino Unido (UKIP na sigla em inglês), considerou que “a mais baixa participação de sempre” em eleições europeias representa “a grande mudança” que se assiste na UE, “já vista em grande escala no Reino Unido e França, com outros países não muito atrás”.
Já um porta-voz do Parlamento Europeu defende que a queda de 0,46% na participação “confirma que a tendência decrescente das eleições anteriores foi travada”, pois considera que se trata de “um empate técnico em relação a 2009”, até porque “uma comparação matemática não é possível devido à adesão croata entre as duas eleições”.