Como as lojas ou supermercados o convencem a comprar

As técnicas de marketing ou de vendas são quase tão antigas como a própria troca de produtos por dinheiro ou outros bens. A revista americana Adweek fez uma lista das nove técnicas mais usadas em lojas, supermercados ou restaurantes. Sabia, por exemplo, que um cartão-presente beneficia mais a loja do que a pessoa que o…

Grande desconto sobre o preço antigo. Quando um produto, de repente, surge com um desconto muito grande e se apregoa o preço antigo, como ‘vale 100 euros, agora custa 30’. Muito provavelmente está a um valor atractivo, mas não significa que o preço na semana ou dia anterior fosse o apregoado. Pode até nunca ter estado a esse valor naquela loja e ser apenas um valor médio de referência.

Preços intermédios altos. É uma técnica recorrente. Uma bebida, por exemplo, tem três tamanhos, e três preços. Mas o preço intermédio está muito perto do que custa a bebida de maior tamanho. Dessa forma, a maior parte das pessoas vão optar principalmente entre a pequena e a grande, porque só custa um bocadinho mais do que a média.

O prato que custa muito mais. Num menu de restaurante, em que todos os pratos têm um valor mais ou menos parecido, há dois ou três que custam bastante mais. Isso ajuda a que o cliente pense que os preços em geral são mais acessíveis do que na realidade são.

Agora ou nunca. Estratégia que pode ser aplicada a lojas, mas também a marcas ou até ao turismo. Uma edição limitada de um produto (sumo de fruta da época, por exemplo) ou poucas vagas disponíveis num hotel ou num voo, são muitas vezes maneiras de levar uma pessoa a comprar ou reservar.

Bons descontos em poucos produtos. Fazer entrar os clientes numa loja é meio caminho para ter a caixa registadora a funcionar. Muitas lojas fazem grandes descontos, mas apenas num reduzido conjunto de produtos. O objectivo é que as pessoas acabem por ver os restantes.

A transferência Gruen. Andar às voltas num supermercado ou num centro comercial deixa muitas vezes as pessoas confusas. Não, não é só o seu caso. Muito provavelmente o espaço foi desenhado precisamente para isso, porque as pessoas acabam por baixar um pouco a velocidade, param mais, e fazem mais compras por impulso. Chama-se a este efeito a ‘transferência Gruen’, em memória do arquitecto austríaco Victor Gruen, um dos pioneiros no desenho de centros comerciais nos Estados Unidos, nos anos 50.

Preços com casas decimais. É uma das técnicas mais antigas: O casaco que não custa 100 euros, mas sim 99,9; o detergente que não está a 14 euros, são 13,89; e as maçãs que até podiam valer 1 euro, mas estão apenas a 98 cêntimos.

Cartões-presente. Parece uma ideia genial. Não é preciso procurar nada e a pessoa que o recebe pode comprar o que quiser. Na verdade, segundo a Adweek, quem ganha mesmo é a loja. Por um lado, há sempre alguns cartões que não são usados. Por outro, na tentativa de gastar todos aqueles 25 ou 50 euros do cartão, as pessoas acabam sempre por comprar coisas que, no total, custam um bocadinho mais. Nos EUA, segundo a revista, esse valor gasto acima do que consta no cartão ronda, em média, os 35%.

Compra um leva um grátis. Uma estratégia comum que permite escoar bastante mais produto, mesmo que a margem de lucro desça. O artigo da Adweek indica que as pessoas que compram produtos com esta promoção são o dobro das que compram um produto com 50% de desconto, que é exactamente o mesmo e não obriga a levar duas unidades para casa (que pode ser inadequado quando são produtos de utilização reduzida ou com prazo de validade curto).

emanuel.costa@sol.pt