“É um enorme desafio liderar este teatro cheio de história e, pelo passado recente, a responsabilidade ainda é maior. Tentarei devolvê-lo à cidade, é uma urgência que comece a funcionar e reconquiste as pessoas”, afirmou, em conferência de imprensa, o coreógrafo de 35 anos, que era director artístico do Teatro Virgínia, em Torres Novas, e que venceu o concurso público lançado em Março. O anúncio da sua escolha e o regresso da identidade própria a uma casa que se limitava, nos últimos anos, a esporádicos acolhimentos, representa o cumprimento de uma promessa eleitoral de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto desde Setembro de 2013.
Recorde-se que, em 2006, o ex-autarca Rui Rio anunciou que iria ceder a gestão do Rivoli a privados e viu-se a braços com uma ocupação de público e artistas. Em 2007, Filipe La Féria entrou com pompa e circunstância no teatro, mas os seus musicais apenas permaneceram até 2010.
O renomeado Teatro Municipal terá agora dois pólos: o Rivoli (“mais cosmopolita” e com uma agenda “mais intensa”) e o Teatro do Campo Alegre (“um laboratório aberto às companhias da cidade”). As co-produções vão ser um dos pilares da programação, até porque o objectivo não é 'pisar os calcanhares' dos vizinhos Teatro São João e Casa da Música. “A música, teatro e cinema que programarmos serão sempre complementares. O que queremos é preencher o vazio que existe na cidade”, frisou Tiago Guedes.
O orçamento ainda não foi quantificado, mas Paulo Cunha e Silva, vereador da Cultura, admitiu que não será muito diferente dos do bracarense Theatro Circo (a quem a câmara local concedeu um subsídio de um milhão de euros em 2013) ou dos municipais de Lisboa (em 2013, o Teatro São Luiz gastou quase 2,4 milhões e o Maria Matos pouco menos de dois milhões). Tiago Guedes vai agora meter mãos ao trabalho: até 21 de Outubro, terá de apresentar a programação de Janeiro a Julho de 2014.