A cascata do Pego do Inferno, com uma queda de água que ronda os três metros, é a maior de um conjunto de três existentes na ribeira da Asseca, entre a serra e o mar, mantendo-se como um dos principais pontos de visita de Tavira durante o verão, com dezenas de pessoas, entre famílias e visitantes estrangeiros, que procuram diariamente refrescar-se nas águas da sua lagoa.
Contudo, é necessário deixar o carro afastado e 'serpentear' a pé pelas encostas e margens da ribeira através de trilhos, depois de os acessos e arranjos paisagísticos da zona terem ficado completamente destruídos no incêndio que há dois anos consumiu mais de 20 mil hectares da serra do Caldeirão, em Tavira e São Brás de Alportel.
Quem decide avançar até à cascata acaba, por isso, por desrespeitar o sinal de passagem proibida e encontrar alternativas na natureza, sem fiscalização.
O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, disse à Lusa que a autarquia espera que o próximo quadro comunitário de apoio (2014-2010) possa apoiar a reconstrução dos acessos e a limpeza do local.
João, que vive em Lisboa, foi um dos visitantes que falaram com a Lusa e confessou não saber que o Pego do Inferno estava, desde 2012, encerrado ao público, admitindo, contudo, ter visto na Internet que o acesso era complicado e que era difícil encontrar o caminho depois do incêndio.
O visitante, que viajou até ao Sul com um amigo, disse não saber "se os problemas de segurança são ao nível de acessos ou se é a própria água que não estará em condições para poder ser utilizada", mas que mesmo assim iria experimentar.
"Só estamos a saber agora mesmo, mas acho que sim, acho que vamos aproveitar e ir um bocadinho à água", afirmou.
Tiago Coelho, de 25 anos, da zona de Lisboa, disse gostar do local por "ser uma paisagem natural".
"Devido ao [difícil] acesso, é uma surpresa encontrar no meio de tanta natureza este espaço. E foi mesmo curiosidade, porque vi isto por fotos e tive curiosidade em vir aqui", afirmou, sublinhando que o local superou as suas expectativas.
O visitante considerou ainda que o Pego do Inferno é diferente dos locais tradicionais de veraneio, como a praia, e disse que foi atraído "pela natureza, pela água, pela cascata" e "pela parte selvagem". Afinal, "valeu a pena" o esforço para conseguir chegar ao local.
"Não, não esperava [ver ali tantas pessoas]. Especialmente turistas, fiquei bastante surpreendido porque nem eu, que sou português, sabia deste sítio, quanto mais se fosse turista", disse ainda Tiago Coelho.
Lusa/SOL