"Espero que no próximo ano 20 por cento das nossas vendas sejam de produtos de saúde", disse à Lusa o presidente da Impetus, Alberto Figueiredo.
Aquela roupa interior para incontinentes urinários tem capacidade para absorver 60 mililitros de urina, no caso de mulheres, e 90 mililitros em homens.
Segundo Alberto Figueiredo, foi pensada para substituir, com "enorme vantagem", nomeadamente a nível de conforto, fraldas ou pensos.
"E, pormenor muito importante, aquelas cuecas neutralizam os odores", sublinhou.
O tecido foi "inventado" pelo Grupo de Investigação em Materiais Fibrosos da Universidade do Minho, o parceiro escolhido pela Impetus para dar mais este salto tecnológico.
O desenvolvimento e a implementação deste projecto foram apoiados pelo programa COMPETE, na sequência de duas candidaturas ao último QREN, a que correspondeu um investimento total de 4,8 milhões de euros.
Para colocar aquelas cuecas "high-tech" um pouco por todo o mundo, a Impetus estabeleceu uma sociedade com a multinacional holandesa EMERGO, especializada em dispositivos médicos.
Hoje, já chegam a mercados como Argélia, Marrocos, Dubai, Bélgica e Holanda, estando também para breve a entrada em Inglaterra e em curso contactos com o Brasil.
"A recepção internacional tem sido a melhor. Na Argélia, por exemplo, o Estado comparticipa o produto a 100% e no Brasil o Ministério da Fazenda atribui-lhe a taxa mínima de IVA, igual à das fraldas descartáveis. Em Portugal vamos pedir ao Ministério das Finanças que faça o mesmo, que lhe atribua a taxa mínima", adiantou Alberto Figueiredo.
Denominadas ProtechDry, aquelas cuecas já estão certificadas como "dispositivo médico".
Entretanto, a Impetus e a Universidade do Minho já avançaram para outros produtos de saúde, estando na calha, por exemplo, novas peças com maior capacidade de absorção da urina (140 mililitros para mulher e 150 para homem), com uma variante para paraplégicos equipada com sensor.
Está também em desenvolvimento uma linha de roupa interior para obesos e outra de camisolas interiores que ajudam a melhorar a postura.
Com 700 trabalhadores, o Grupo Impetus, em 2013, facturou 37 milhões de euros, valor que este ano deverá ascender a 42 milhões.
Cerca de 95 por cento da sua produção destina-se a exportação.
Lusa/SOL