"Estou muito alarmado com a informação", disse o secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, que hoje participa numa reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Bruxelas, para discutirem, entre matérias, a crise no Iraque.
"Se existirem militares ou veículos russos na Ucrânia é preciso que se retirem imediatamente ou as consequências serão muito graves", salientou.
As autoridades ucranianas confirmaram hoje à imprensa britânica que um pequeno número de veículos blindados russos tinham entrado na Ucrânia, não muito longe do local onde uma coluna de ajuda proveniente de Moscovo tentou chegar aos separatistas pró-russos.
"Estamos profundamente preocupados com o comportamento da Rússia nos últimos meses, mas também nas últimas horas" , referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Martin Lidegaard.
"Pensamos que as autoridades russas devem estar cientes de que, tanto na União Europeia, como os Estados Unidos, estão fortemente comprometidas em responder a qualquer nova agressão da Rússia", sublinhou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Carl Bildt, considerou, por sua vez, que a incursão foi uma "violação flagrante do direito internacional", adiantando que a situação no leste da Ucrânia é "desastrosa".
Bildt lamentou os de "banditismo" cometido de forma crescente pelos separatistas pró-russos.
"As chamadas República Popular de Donetsk e Lugansk não têm mais pessoas", lamentou o ministro sueco, numa alusão aos actos dos separatistas pró-russos.
A Alemanha, por seu lado, manteve-se prudente sobre os relatos da incursão, com o ministro das Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, a lembrar as "dificuldades repetidas" que surgiram na última hora.
Steinmeier manifestou ainda satisfação com a notícia de que a Rússia iria permitir a inspecção do comboio de caminhões de ajuda humanitária.
A União Europeia e os Estados Unidos estão preocupados com a ajuda humanitária russa, pois há quem pense que pode servir para fortalecer a posição dos separatistas, além de colocar no terreno forças militares russas.
"Estamos principalmente preocupados com o comboio humanitário, mas, na verdade, o próximo passo é muito maior: é sobre o que pode ser feito para que as armas se calam", realçou Steinmeier.
Em quase quatro meses de combates mais de 2.000 pessoas morreram e cerca de 285.000 tiveram de fugir das suas casas.
Lusa/SOL