“Tem havido contactos pontuais de pessoas que procuram saber informações sobre a situação local. São pessoas que ou foram ou estão interessadas em ir para alguns desses países e que estão a tentar saber o que é expectável, aquilo com que podem contar”, disse José Cesário, repetindo que o Governo desde Abril não recomenda viagens para aquela região da África Ocidental.
O governante considerou que esta “é uma situação muito complicada que tem vindo a evoluir de forma que não é positiva”, manifestando o desejo de que “as organizações internacionais articuladamente com as autoridades sanitárias locais possam vir a encontrar soluções científicas, médicas, para o problema”.
Em cinco meses, a epidemia de Ébola na África ocidental, a pior desde a descoberta da doença em 1976, causou 1.145 mortes, de acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde de 13 de Agosto: 380 na Guiné Conacri, 413 na Libéria, 348 na Serra Leoa e quatro na Nigéria.
Segundo o governante, “as comunidades (portuguesas) residentes nesses países são muitíssimo pequenas, (…) praticamente insignificantes”.
“Temos nota de 66 inscritos na Nigéria, 22 ou 23 na Guiné Conacri e até há poucos dias não tínhamos um único [português] registado nem na Libéria, nem na Serra Leoa”, adiantou, notando que, entretanto, soube-se que havia cidadãos nacionais nestes dois países.
O secretário de Estado referiu que “uma grande parte dessas pessoas – se não todas – terão regressado”.
“Em qualquer caso, as nossas embaixadas em Abuja [Nigéria] e em Dakar [Senegal] estão a acompanhar a situação, atentas e disponíveis para aquilo que se passa, e, sobretudo, o gabinete de emergência consular tem números permanentes, 24 horas por dia, que estão disponíveis para as pessoas poderem recorrer a eles no caso de haver uma situação de real emergência”, acrescentou.
José Cesário reiterou, contudo, que as pessoas, “tanto quanto possível, numa primeira fase recorram às autoridades sanitárias locais”.
No início do mês, o Governo advertiu que os portugueses que se encontrem nos países afectados pelo vírus Ébola devem contactar o gabinete de emergência consular, em caso de “problema grave”, e podem recorrer a embaixadas de países da União Europeia.
Em caso de “problema grave, que justifique uma emergência, os portugueses devem contactar o gabinete de emergência consular”, através dos números de telefone 707202000 ou 961706472 ou pelo endereço eletrónico gab.emergencia@mne.pt.
Questionado sobre a eventualidade de a entrada de imigrantes ilegais poder colocar em causa a protecção sanitária do continente europeu, José Cesário esclareceu que esta questão “está a ser acompanhada pelo Ministério da Saúde articuladamente com as autoridades sanitárias europeias e há orientações sobre isso”, notando existir “um rigor muito grande no controlo de fronteiras”.
“Por isso estamos o mais descansados que é possível estar”, referiu.
SOL/Lusa