Este ano, entre Janeiro e dia 12 deste mês, 26 pessoas ficaram feridas e 15 perderam a vida em quedas de falésias e zonas rochosas na costa portuguesa – quase tantas como o total registado em 2013 (19). Em 2012, o balanço da Autoridade Marítima Nacional foi mais negro: 26 mortos e 56 feridos.
O que aconteceu no cabo da Roca, realça Pinto Moreira, é “exemplo de tudo o que não se deve fazer” nestes locais: “As pessoas vão para além do que devem e insistem em passar a vedação. Mesmo nos locais não delimitados, não tomam medidas de auto-preservação”.
Apaixonadas por fotografia, os imigrantes polacos, de 30 e 31 anos, “estavam na crista da arriba, mais de 100 metros para lá da delimitação do cabo”, frisa o oficial. Um dos dois ter-se-á desequilibrado, o outro ainda tentou ajudá-lo, mas em vão. No descontrolo, o telemóvel foi projectado para perto dos filhos menores, que assistiram a tudo. A última das três fotografias mostra apenas, desfocado, o azul do céu.
São as primeiras vítimas mortais registadas este ano nas falésias de Cascais – onde nos últimos dois anos uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas em acidentes deste tipo.