A medida de coacção mais gravosa foi aplicada pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, depois de o pai da criança ter sido presente, durante esta tarde, ao juiz para primeiro interrogatório judicial.
A tragédia aconteceu no momento do banho: o pai mergulhou a bebé numa banheira com água a ferver, o que lhe causou graves queimaduras em várias partes do corpo, uma desidratação progressiva e por fim o colapso cardíaco.
Ao que o SOL apurou, foi o próprio progenitor que chamou o INEM naquela noite. A mãe da criança, de 30 anos, encontrava-se noutra divisão da casa e entrou na casa-de-banho segundos depois de ouvir o choro da filha, mas já seria tarde.
Além das queimaduras, os médicos descobriram outras lesões traumáticas recentes no corpo da menina (nódoas negras e hematomas), sinal de maus tratos continuados infligidos pelo pai, que costumava dar vinho à menina, alegando que funcionava como ‘tranquilizante’.
Quando chegaram ao local, um apartamento minúsculo em águas furtadas, as autoridades depararam com um cenário de ‘miséria’, que indiciava sérias dificuldades económicas. A mulher, de 30 anos, não tem qualquer actividade e seria ela própria vítima de violência doméstica por parte do marido. Para ele, os filhos (a menina que morreu e o irmão, de 18 meses) eram um “empecilho”. “Não suportava o choro da criança”, contou ao SOL fonte policial.
O filho mais velho foi retirado à família e entregue a um centro de abrigo da Segurança Social.
Notícia actualizada às 19h28