O terrorismo que cativa

As pessoas normais de todo o mundo, e atrevo-me a incluir mesmo as de outras civilizações, mesmo as árabes e as muçulmanas, arrepiam-se de indignação com actos terroristas como os ostensivamente praticados pelos loucos radicais do novo califado designado por Estado Islâmico.

O filme da decapitação do jornalista americano James Foley, por um louco com sotaque britânico, foi a gota de água a desassossegar de vez o mundo perante aquela rapaziada assassina. No entanto, eles já tinham dado um ar da sua ‘desgraça’, com enterros de pessoas vivas (mesmo muçulmanos que não aderissem às suas loucuras pouco religiosas), morte a torto e a direito de quem fumasse, não usasse barba ou ouvisse música, mesmo celestial, etc.

O que me horroriza mais é saber que embora a maioria da população mundial não tenha indignação suficiente para assistir a este tipo de crimes enlouquecidos, eles conseguem de uma parte das pessoas uma adesão tresloucada. Parece que começaram por uma dezenas de fanáticos assassinos, e são hoje os milhares suficientes para acharem que fundaram um Estado. E muitos dos tresloucados que por lá andam vão daqui do Ocidente, que os trata com a bonomia suficiente para os deixar partir, sem ser capaz de lhes aplicar o tratamento que eles defendem e aplicam a outros.

Resta-nos o prazer de saber que já sequestram muito poucos ingleses e americanos, porque não são pagos resgates por cidadãos destes países. Os franceses parecem ser as principais vítimas, por pertencerem a um país que lhes dá fartos lucros, com o pagamento dos resgates. Por cada um assim salvo, muitos são os que perecem. Contradições de um mundo que não está preparado para enfrentar o terrorismo mais fanático.