Viva os brancos, abaixo os tintos!

Os mariscos requerem bons vinhos brancos ou verdes. Acompanhá-los com cerveja é uma opção, mas perdem muito da sua graça. Com tintos é que nunca. Isso seria um atentado.

As harmonizações entre comida e bebida têm muito que se lhes diga. Acompanhar um cabrito no forno com Coca-Cola não é um desastre. É um atentado! E o mesmo se passa com um fresquíssimo peixe assado nas brasas servido com um sumo de laranja. Cada coisa no seu lugar. E neste particular aspecto da mesa os nossos palatos vibram quando as escolhas são acertadas. E os mariscos não são excepção. Um vinho tinto, por melhor que seja, vai borrar a pintura. Os sabores do mar pedem vinhos brancos ou verdes. Os mariscos cozidos exigem brancos jovens, leves, acídulos ou então uma escolha que nos leve aos vinhos verdes. Já os mariscos grelhados, com picante ou acompanhados com arroz, pedem vinhos brancos secos, menos jovens, com menos acídulos e até com alguma fermentação em madeira.

Começando por estes, a minha escolha, entre muitas, claro, pode ir para um ALVES DE SOUSA BRANCO DA GAIVOSA 2013. Um grande vinho do Douro, feito a partir das castas Malvasia Fina, Gouveio e Arinto, com 70% a fermentar em inox e 30% em barricas de carvalho francês de 3.º ano que lhe conferem um toque ligeiro a baunilha. De aroma expressivo e elegante, tem bom volume de boca, mas muito fresco e mineral. Tem teor alcoólico de 13%.

No que se refere aos mariscos cozidos, podemos optar pelo ADEGA DE BORBA BRANCO 2013, feito a partir das castas Antão Vaz, Arinto e Roupeiro. Este alentejano tem boa intensidade aromática com frutos tropicais e citrinos. Na boca revela-se fresco com final persistente. Tem teor alcoólico de 13%.

Outra boa escolha aponta para o QUINTA DOS LORIDOS BRANCO 2013, vindo da região de Lisboa. Feito com a casta Alvarinho, tem notas de citrinos e frutos tropicais, mostrando-se fresco e mineral na boca, com um final longo e persistente. Foi totalmente fermentado em inox e apresenta um teor alcoólico de 13%.

Mais a Norte, e pertencendo também à Bacalhôa, temos o ALIANÇA BAIRRADA RESERVA BRANCO 2013. Elaborado a partir das castas Maria Gomes e Bical, foi fermentado em cubas de inox e revela-se frutado no aroma, com destaque para os frutos tropicais e notas alimonadas. Na boca é fresco e intenso e evidencia mineralidade. O teor alcoólico é de 12,5%.

Entrando no terreno dos vinhos verdes, podemos recorrer ao PORTAL DA CALÇADA VINHO VERDE 2013, feito a partir das castas Loureiro, Arinto, Azal e Trajadura. A fragrância do Loureiro casa com a frescura do Arinto e a estrutura da Trajadura. O aroma frutado, com ligeiras notas florais, tornam-no elegante. Tem um teor alcoólico de 11,5%.

Finalmente, outro verde, o COVELA ESCOLHA BRANCO 2013, que chega até nós através das castas Avesso e Chardonnay. Com um aroma floral e notas de frutos tropicais, revela ainda toques de pêssego. Seco e com a mineralidade típica da região de Entre-Douro-e-Minho, tem final longo e elegante e apresenta um teor alcoólico de 13, 3%.

Com estas escolhas, não há marisco que resista (temos é de os escolher frescos).

jmoroso@netcabo.pt