No tribunal, é discutida uma questão que se assemelha à do ovo e da galinha: Harold Hamm conseguiu a sua fortuna essencialmente porque teve sorte, ou o seu império foi construído com base em suor e trabalho? Isto porque há que fazer uma divisão entre os bens “activos” e “passivos” quando se trata de uma questão de divórcio, explica a advogada norte-americana Carolyn Thompson.
“Se a sua riqueza foi conquistada através do trabalho, então faz parte dos bens matrimoniais e tem que ser dividida equitativamente. Se for atribuída àquilo que chamamos ‘factores passivos’ – fora do seu controlo – , então continuam a ser propriedade de Harold”, acrescenta.
Em Fevereiro, o juiz definiu que a parte de Harold Hamm, um dos 50 homens mais ricos do Mundo, na Continental Resources era “propriedade pessoal”, uma vez que este norte-americano fundou a companhia em 1967, duas décadas antes de casar com a advogada Sue Ann.
O problema é que a empresa quintuplicou o seu valor nos últimos anos, dando lucros que ascendem os 17 mil milhões de dólares, segundo os advogados da mulher do milionário.
Perante estes factos, o juiz decidiu que durante as próximas semanas será feita uma divisão dos 17 mil milhões de dólares com base naquilo que, segundo o magistrado, os criaram: “o trabalho de Hamm, a graça e os benefícios da Mãe Natureza”, lê-se na notícia da NBC.
Este pode vir a ser o divórcio mais caro da História – o ‘King Kong dos divórcios’, como lhe chama nos EUA – superando assim os 4.5 mil milhões de dólares que o milionário russo Dmitry Rybolovlev teve que abdicar.