Um estudo da APS revela que entre 2006 e 2013, "um período conturbado, que inclui duas crises financeiras (em 2008 e em 2011), e os processos de recuperação, os produtos que melhor remuneraram as poupanças individuais foram os PPR [Planos de Poupança Reforma – não ligados a fundos de investimento] ", que apresentam um rendimento garantido aos seus clientes.
Segundo o presidente da APS, Pedro Seixas Vale, a análise realizada naqueles oito anos, a que se pode somar a informação referente a Julho deste ano, permitem concluir que os PPR são um produto que tem vindo "a ganhar a confiança dos aforadores individuais pela sua estabilidade a médio e longo prazo e pela atractividade da sua rentabilidade".
Os tradicionais PPR, não ligados a fundos de investimento, que combinam garantias de capital e rendimento, têm uma rentabilidade superior aos certificados de aforro e, mesmo, aos depósitos a prazo, assinalou o responsável, adiantando que a análise da rentabilidade histórica mostra que "a volatilidade e o risco não são, por certo, o melhor dos atributos" para o investimento de um aforrador individual tradicional.
A taxa de rentabilidade anual dos PPR tradicionais foi de 3,4% ao longo dos últimos oito anos, seguindo-se a dos seguros ligados a fundos de investimento com 3,1%, as novas operações de depósitos a prazo (2,9%), os depósitos a prazo até dois anos (2,6%), os depósitos a prazo com mais de dois anos (2,4%) e os certificados de aforro – produtos financeiros do Estado – que são remunerados com uma taxa de 2,4%, esclarece o estudo.
A taxa de inflação ao longo do período em análise situou-se 1,9%, pelo que, em média, as poupanças investidas no início de 2006 nos tradicionais seguros PPR tiveram uma rentabilidade anual de 3,4% até 2013, o que correspondeu a um prémio real de 1,5 pontos percentuais sobre a taxa de inflação (que, em condições normais, será apenas ligeiramente atenuada com a tributação em sede de IRS – Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares), dado o regime de que beneficiam.
"Acresce que, por força das garantias de rendimento existentes, o nível de rentabilidade destes produtos assumiu um perfil de grande estabilidade ao longo dos oito anos, estando permanentemente protegido das oscilações de mercado", refere o estudo.
Embora sem o mesmo nível de protecção face às oscilações de mercado, é de referir que o desempenho dos seguros ligados a fundos de investimento (que não PPR), estão igualmente "muito acima" da taxa de inflação.
A sua taxa de rentabilidade média anual, no entanto, atingiu os 3,1% neste período, suplantando a dos depósitos a prazo e dos certificados de depósito.
Os PPR, em que a taxa e o capital são garantidos e que têm merecido a preferência dos consumidores, têm um perfil de risco em que as obrigações têm um peso de 75%, sendo que deste valor, 40% são obrigações do Estado e 35% de empresas privadas.
Lusa/SOL