600 investigadores internacionais em Lisboa para conhecer o potencial da cidade

A capital portuguesa vai ser a anfitriã do congresso “Cities in Europe — Cities in the Word”, que reúne 600 investigadores de todo o mundo para discutirem o desenvolvimento das cidades, aproveitando para conhecerem o potencial de Lisboa.

600 investigadores internacionais em Lisboa para conhecer o potencial da cidade

Entre os dias 3 e 6 de Setembro, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (FCSH/NOVA) vai ser palco do 12.º congresso organizado pela European Association for Urban History (EAUH), que se realiza de dois em dois anos em diferentes cidades, tendo já passado por Amesterdão, Estrasburgo, Moscovo, Veneza e Praga, referiu Flávio Miranda, membro do comité local de organização do evento.

Durante o congresso, os "600 académicos, vindos de 42 países diferentes, dos quais 15 não europeus", vão ter a oportunidade de participar nas "conferências na Faculdade, assim como de visitas guiadas por Lisboa, um cruzeiro no Tejo e uma excursão até Évora".

Para o responsável pela organização do evento, este encontro de investigadores "vai animar o turismo da região e da cidade de Lisboa", afirmou.

Segundo Flávio Miranda, o congresso é "um fórum multidisciplinar para profissionais dos mais distintos campos de estudo, desde historiadores, arquitectos, geógrafos, sociólogos e urbanistas, com interesses profissionais ou trabalhos realizados em torno da cidade".

"Lisboa é cada vez mais uma cidade atractiva não só do ponto de vista turístico, como também científico", considerou o responsável.

Ao longo do congresso vão decorrer 70 sessões de debate, abordando temas como "os problemas e desafios comuns às cidades actuais, desde problemas sanitários, sociabilidade em espaços urbanos, migrações, conflitos, organizações políticas, pobreza, divisão entre os núcleos da cidade, privatização dos recursos públicos e serviços de saúde", disse.

O vírus ébola também vai ser assunto de discussão durante o encontro de investigadores, de forma a "reflectir sobre a propagação e contágio de doenças no mundo".

De acordo com o organizador, o congresso pretende também debater "o desenvolvimento urbano nas cidades planeadas e desenvolvidas ao longo dos anos, e qual foi o cunho de regimes de totalitarismo no desenvolvimento de cidades europeias, com foi o franquismo, o período do salazarismo ou de Mussolini".

O encontro "Cities in Europe — Cities in the Word" vai levar os investigadores a pensar em "projectos que façam com que as cidades sejam mais eficientes e mais humanas, melhorando a qualidade de vida dos seus habitantes", reforçou.

Com apoio da União Europeia, a EAUH, fundada em 1989, tendo como actual presidente Amélia Aguiar Andrade, docente do Departamento de História da FCSH/NOVA, escolheu Lisboa para esta edição do congresso pois "entendeu-se que a era a cidade ideal para acolher a perspectiva global que se pretende dar a este encontro, ao promover a reflexão sobre cidades europeias e não europeias". 

O 12.º encontro da EAUH conta com o apoio da FCSH/NOVA e da Câmara Municipal de Lisboa (CML) entre outras instituições culturais, cujo "orçamento é auto-sustentável pelas inscrições, com um valor de 270 euros por participante", referiu.

Lusa/SOL