"Hoje, em Kostroma, despedimo-nos de Anatoli Travkine. Há cerca de um mês, ele partiu para Donbass (leste da Ucrânia) e morreu em combate", disse um apresentador da televisão Pervy Kanal, uma das mais importantes da Rússia.
"Oficialmente, ele estava de licença" quando morreu, adiantou, precisando que o soldado não falou do seu projecto de partir para o leste da Ucrânia quer à sua mulher, quer à hierarquia militar.
Quando se multiplicam nas redes sociais e na imprensa russa os testemunhos de familiares de soldados feridos, mortos ou desaparecidos há vários dias no leste da Ucrânia, as cadeias de televisão, muitas vezes bloqueadas pelo Kremlin, optaram pelo silêncio na sua grande maioria.
A Rússia é acusada pelos ocidentais e por Kiev de apoiar os separatistas pró-russos que defrontam as forças ucranianas no leste da Ucrânia, através do envio de armas e de soldados.
Até 15.000 soldados russos foram enviados para combater nas fileiras dos separatistas pró-russos, segundo o Comité das Mães de Soldados, uma organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, e entre 7.000 e 8.000 militares russos estarão actualmente no leste da Ucrânia.
Segundo um conselheiro do ministro da Defesa ucraniano, Oleksandr Danylyuk, 2.000 soldados russos já foram mortos na Ucrânia.
Mas dois russos em três não acreditam que a Rússia esteja em guerra contra a Ucrânia, de acordo com uma sondagem do centro independente Levada.
Lusa/SOL