Naquela imensidão de 880 hectares veio a nascer um dos maiores ícones do Alentejo, o Tapada de Coelheiros, que ainda hoje ostenta nas suas garrafas um rótulo que retrata um pormenor de uma tapeçaria do século XVII actualmente em exposição no Museu de Arte Antiga, em Lisboa. Era a homenagem à terra de tapeçarias onde a herdade se ergue.
Dos 880 ha, 600 são de montado, em 55 ergue-se um imponente nogueiral e em 40 temos as vinhas. Nos últimos tempos começaram a criação de borregos e exploram também a área do turismo de habitação. Mas o vinho é agora o que mais nos interessa e posso dizer que fui de imediato surpreendido por um branco com estágio em madeira e que se revela muito gastronómico. Falo do Tapada de Coelheiros Chardonnay 2011, com aromas a frutos secos, revelando untuosidade e alguma fruta tropical. Muito volume na boca, frescura e boa acidez.
A entrada nos tintos fez-se com o Vinha da Tapada de Coelheiros 2012. Com fermentação em inox, estagiou depois durante seis meses em barricas de carvalho francês e, finalmente, o vinho repousou ainda em garrafa. Revela notas de frutos maduros e compotas. Na boca deixa um sabor semiadocicado e bate-se bem com qualquer comida.
O Tapada de Coelheiros 2010 foi o que se seguiu, estagiando doze meses em barrica e outro tanto em garrafa. A pimenta preta, característica da casta Cabernet, está aqui bem presente, e o vinho revela uma grande complexidade.
Por último, provámos o Tapada de Coelheiros Grande Reserva 2010, com 3.464 garrafas a saírem para o mercado e com a certeza de que deste não se fará mais nenhum. É um vinho único, a evidenciar chocolate negro e alguns frutos vermelhos.
Com uma nova filosofia, que é a de também fazerem vinhos de coleccionador (sempre em quantidades muito pequenas), a Herdade dos Coelheiros quer continuar a fama de grande qualidade dos seus vinhos e estas colheitas são o melhor exemplo. A não perder!