Num estudo sobre o futuro a longo-prazo da indústria petrolífera na região divulgado este mês, o especialista em petróleo Alex Kemp previu mais uma centena de descobertas nos próximos anos, prognosticando viabilidade ao negócio a longo-prazo.
O professor da universidade de Aberdeen diz ser "bastante concebível" que a produção petrolífera ao largo da Escócia continue a contribuir para uma economia nacional para "muito para além de 2050".
Actualmente, as receitas fiscais da exploração petrolífera no Mar do Norte representam, segundo números recolhidos pela BBC, 1,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) britânico, mas o peso subiria para 10-20% da economia escocesa.
Porém, outro especialista, Ian Wood, argumentou que a falta de confirmação técnica e económica das alegadas descobertas inviabiliza a estimativa do seu valor, alertando para os riscos de o futuro governo depender destas receitas.
"Basear a nossa economia, e por conseguinte, o futuro da qualidade de vida das nossas crianças, serviços públicos e empregos, na exploração irrealista de reservas, para não falar de reservas sem estarem provadas, é um grande risco", afirmou, numa conferência de imprensa.
Mais claro foi Bob Dudley, o presidente executivo da BP, um dos principais investidores nas plataformas petrolíferas do mar do Norte, que é mais favorável à cautela de Wood.
"A BP acredita que as perspectivas de futuro para o Mar do Norte são mais bem servidas mantendo a capacidade e integridade do Reino Unido", disse, citado pela BBC.
Embora a campanha pelo "sim" ao referendo da próxima quinta-feira, acuse os opositores de chantagem e alarmismo, vários têm sido os economistas e gestores a alertar para as consequências nefastas da independência para a economia escocesa.
Cinco bancos confirmaram ter planos de contingência para transferir operações para Londres caso o voto pela independência ganhe e outros grupos económicos dos riscos que estão a avaliar.
O presidente da cadeia de supermercados ASDA, Andy Clarke, não recusou a possibilidade de subir preços por causa do aumento de custos de operar em dois países diferentes, hipótese reiterada pelo presidente do grupo John Lewis, Charlie Mayfield.
"De uma perspectiva empresarial, há consequências económicas de um voto "sim", não apenas a incerteza, mas alguma da instabilidade de que ouvimos falar", admitiu.
SOL/Lusa