Começa a ser julgado suspeito de duplo homicídio em 2008

O julgamento do suspeito de ter matado duas pessoas em Loures e Oeiras, em 2008, começa hoje no Tribunal de Comarca Lisboa Norte, em Loures.

Paulo Jorge Almeida, hoje com 36 anos, entregou-se voluntariamente às autoridades cinco anos depois para confessar os crimes, estando em prisão preventiva desde Novembro de 2013.

O homem, além de estar acusado da morte das duas vítimas, vai responder por tentativa de homicídio, por disparar sobre um automobilista na zona das Amoreiras, em Lisboa.

O arguido é suspeito de matar Alexandra Neno no estacionamento junto ao condomínio onde esta vivia, na urbanização Real Forte, em Sacavém, concelho de Loures, no dia 29 de Fevereiro de 2008. Será também o presumível autor da morte de Diogo Ferreira, no parque de estacionamento de um centro comercial de Oeiras, no dia seguinte, 1 de Março.

Paulo Jorge Almeida está acusado de três homicídios qualificados, um na forma tentada, de um crime de roubo e outro de furto, ambos na forma tentada, e de um crime de detenção de arma proibida.

O despacho de acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, descreve que o arguido, a 29 de Fevereiro de 2008, saiu da sua residência, na zona da Bobadela, Loures, na posse de uma pistola de 6.35 milímetros.

"Fê-lo com a intenção de, caso avistasse alguém que tivesse consigo algum objecto que lhe parecesse de valor e com o qual lhe interessasse ficar, deste se apoderar, se necessário fosse, com recurso à utilização da dita pistola", sublinha a acusação, referindo que a hipótese de usar a arma lhe "provocava um sentimento de excitação e expectativa".

O início da sessão está agendado para as 09h30 na instância central criminal, unidade 2.

Famílias reclamam mais de meio milhão de euros

Vários familiares das vítimas já deduziram entretanto pedidos de indemnização. Segundo o SOL apurou, o então marido de Alexandra Neno (o único que se constituiu assistente no processo) reclama cerca de 207 mil euros. A mãe da vítima, por seu lado, exige ao arguido 120 mil euros.

Já os pais de Diogo Ferreira formularam um pedido que ascende a cerca de 391 mil euros.

Também o condutor do veículo danificado pelos disparos e que escapou ileso quer ser ressarcido no valor de 20 mil euros.  

Existiu ainda um outro pedido formulado pela mãe e irmã de Alexandra Neno em representação do pai da vítima (que entretanto faleceu), que foi rejeitado pelo juiz, encontrando-se a aguardar decisão do recurso.

Lusa/SOL