Quando é que a Escócia se tornaria formalmente independente?
Daqui a ano e meio, a 24 de Março de 2016, a data definida pelo Governo escocês.
Como seria o ‘day after’?
O dia seguinte ao referendo será marcado pelo início de negociações formais entre o Governo escocês e Londres. Nicola Sturgeon, número dois do Executivo de Edimburgo, deverá liderar a equipa escocesa.
Constitucionalmente, o que vai acontecer?
O Acto da União, de 1707, será dissolvido e deverá começar a ser redigida uma Constituição para a Escócia.
E o que acontecerá à Rainha Isabel II?
Vai continuar a ser Rainha da Escócia, tal como continua a ser do Canadá e da Austrália, independentes há mais de um século. O cargo é sobretudo simbólico.
O Reino Unido tem eleições marcadas para 2015. Os escoceses ainda votam?
Sim, embora os deputados escoceses a Westminster apenas fiquem em Londres durante dez meses após a eleição, já que a independência está marcada para Março de 2016.
Qual será a moeda da Escócia?
Este é um assunto em aberto e é alvo de um intenso debate. Londres (Governo e oposição) põe de lado a ideia de uma união monetária, como ferramenta de pressão sobre o eleitorado escocês. Alex Salmond, o primeiro-ministro da Escócia, defende que a libra esterlina, uma divisa forte e credível no mercado internacional, deverá permanecer a moeda do país. E há uma minoria que defende a adesão ao euro. Ou seja, tudo menos uma nova moeda escocesa.
O que acontece à dívida nacional britânica?
Uma parte será transferida para a Escócia, mas ainda não se sabe qual a dimensão. A divisão poderá ser proporcional, com base na população.
O que acontecerá à Escócia no plano internacional?
Terá de negociar a sua adesão à União Europeia e, se o desejar, ao euro. Bruxelas já indicou que não irá facilitar o processo a Edimburgo, que poderá ter de ficar na fila de espera com os actuais candidatos do Leste europeu (Sérvia, Macedónia, Albânia, etc). Outros analistas, porém, acreditam que poderá haver um regime de excepção para os escoceses.
E no campo militar?
Os nacionalistas escoceses querem a retirada do arsenal nuclear britânico do seu território, mas este é um ponto altamente controverso para a NATO, que poderá impor a sua permanência caso Edimburgo queira aderir à Aliança Atlântica. Quanto à constituição de umas forças armadas escocesas e à retirada de regimentos escoceses de Inglaterra e das forças britânicas da Escócia, são processos que podem durar vários anos.
Haverá um controlo fronteiriço entre a Escócia e a Inglaterra?
Os independentistas querem uma fronteira aberta, mas Londres já avisou que vai controlar passaportes devido ao receio de um aproveitamento por parte de imigrantes ilegais de países terceiros.
Haverá um passaporte escocês?
Sim. Qualquer cidadão britânico que more na Escócia, ainda que tenha nascido em Inglaterra, no País de Gales ou na Irlanda do Norte, será automaticamente considerado cidadão escocês – a menos que o rejeite expressamente. Mas o seu passaporte britânico permanecerá válido até expirar.
E o que acontecerá aos impostos e apoios sociais?
Passam para a alçada do Governo escocês. Quanto a um eventual aumento dos impostos, Alex Salmond afirma que ficará tendencialmente indexado à taxa de inflacção.