Alibaba: o gigante chinês que quer conquistar o mundo

Grupo de comércio online ultrapassou as vendas da rival Amazon e celebra um momento histórico: a maior entrada de sempre em bolsa.

Alibaba: o gigante chinês que quer conquistar o mundo

Jack Ma tinha uma vida pacata como professor de Inglês na China. Depois de uma viagem aos EUA, onde conheceu as potencialidades da internet, decidiu criar as 'páginas amarelas' electrónicas daquele país asiático.

Com o negócio de vento em popa, decidiu apostar noutras áreas. Em 1999 teve a ideia que viria a mudar a sua vida: o Alibaba, um site que punha em contacto fornecedores chineses e compradores ocidentais.

A plataforma teve um sucesso tal que Jack Ma se tornou o homem mais rico da China, com uma fortuna avaliada em 16,8 mil milhões de euros, segundo o índice Bloomberg Billionaires.

E esta semana o gigante do comércio online deu mais um passo de gigante na expansão. Protagonizou a maior entrada em bolsa a nível mundial, com uma oferta pública inicial (IPO) que angariou 22 mil milhões dólares (cerca de 16,9 mil milhões de euros). O recorde mundial pertencia ao banco chinês AgBank, quando integrou as praças de Hong Kong e Xangai.

O Alibaba, que ainda hoje mantém a sua sede na cidade chinesa de Hangzhou, vai estar cotado em Nova Iorque a partir de hoje.

O segredo do Alibaba

O grupo é constituído por várias empresas de vendas online, empregando 24 mil pessoas, mais do que o Facebook e a Yahoo! juntos. A Taobao, o Tmall e o AliExpress são os principais sites de comércio electrónico. O último tem como principais mercados a Rússia, os EUA e o Brasil.

O alibaba.com integra o top 20 dos sites mais visitados do mundo e no ano passado somou 231 milhões de compradores.

O modelo de negócio é semelhante ao da Amazon. Vende vários produtos para os cinco cantos do mundo e o site funciona em várias línguas. Porém, ao contrário da Amazon, não lida com questões logísticas. Subcontrata empresas de distribuição.

As taxas cobradas pelas vendas dos produtos são a principal fonte de receita. A margem líquida ronda os 50%, o que permite retornos elevados.

Adeus Amazon?

Depois de ter conquistado 80% do mercado de comércio electrónico na China, a empresa quer agora conquistar os EUA e a Europa.

A entrada na bolsa de Nova Iorque é o primeiro passo para cumprir este objectivo, uma vez que vai possibilitar atrair mais investidores e ganhar notoriedade.

A escolha dos EUA foi influenciada pelo facto de os reguladores chineses não terem aprovado a proposta para a nova estrutura de governação da tecnológica.

Ganhar à rival Amazon em território norte-americano não será fácil. Mas os elevados retornos e o sucesso da entrada em bolsa poderão dar um empurrão.

Em 2013, as transacções da Alibaba atingiram 191 mil milhões de euros, mais do dobro da rival norte-americana Amazon. E esse volume de compras está em crescendo, tendo no quarto trimestre registado um aumento de 53% face ao mesmo período de 2012. 

As acções da tecnológica chinesa, que protagonizou a maior entrada em bolsa, estrearam-se na bolsa de Nova Iorque a subir mais de 36%.

Alibaba entra em bolsa a disparar mais de 36%

Pelas 17h os títulos começaram a negociar nos 92,7 dólares, o que significa uma valorização superior a 36% em relação ao preço a que as acções foram vendidas aos investidores (68 dólares).

Poucos minutos depois, subiram para cerca de 100 dólares.

A oferta pública inicial (IPO) do Alibaba angariou 22 mil milhões de dólares, a maior de sempre, superando mesmo o Facebook que em 2012 somou 16 mil milhões de dólares. 

 

sara.ribeiro@sol.pt