Eduardo Stock da Cunha
Vem em comissão de serviço para uma tarefa de grande visibilidade pública, mas também de alto risco: vender no espaço de meses, até ao próximo Verão, o que sobrou do BES, agora com o nome de Novo Banco. Conseguirá travar a tendência que o Banco vive de depreciar o seu valor de semana para semana? Será possível vendê-lo ainda por um montante que não fique muito longe dos 4,9 mil milhões? E resistirá às surpresas desagradáveis que, inevitavelmente, lhe irão surgir pela frente? A tarefa que vai liderar dar-lhe-á tanta notoriedade como desgaste de imagem. O que vale é que Horta Osório lhe manteve o seu lugar de recuo no Lloyds de Londres.
SOMBRA
Vítor Bento
Saldou-se por um equívoco e um passo em falso a sua saída da SIBS para liderar e recuperar o que restava do BES. Pode alegar em sua defesa que se alteraram as circunstâncias e os pressupostos com que tomara posse do cargo. Mas sabia à partida, até porque isso estava definido a nível europeu, que o prazo de venda do banco não podia ultrapassar dois anos. E se achava insuficiente o capital inicial ou outras condições devia tê-las exigido ao Banco de Portugal antes de assumir funções. Sair assim, desistir tão depressa, não abona a favor da sua imagem.
Marinho Pinto
O populismo tem, muitas vezes, esta consequência: a de acabar por cair em cima da cabeça dos seus promotores. O anúncio da sua saída do PE para concorrer a S. Bento e a Belém, o abandono do MPT para criar um partido unipessoal e algumas declarações desajeitadas nos últimos tempos tiveram o papel de virar contra si a onda de apoiantes que se haviam iludido com a sua truculência justiceira. Passou já à condição de ser mais um político arrivista igual a muitos outros.
Maria de Lurdes Rodrigues
Foi condenada por celebrar contratos ilegais, sem concurso público, de prestação de serviços para beneficiar pessoas do seu círculo de relações pessoais e partidárias. Em vez de reconhecer o erro e o abuso de dinheiros públicos, alega perseguição política dos juízes. Triste e lamentável.