O gabinete de imprensa da Santa Sé não se alonga em justificações, limitando-se a dizer que a decisão do Papa foi “árdua” e “prende-se com sérias razões pastorais”. No comunicado, pode ler-se que Francisco pede aos fiéis que acolham a decisão “com espírito de obediência, docilidade e sem desavenças”. Toda a Igreja Católica do Paraguai deve também levar a cabo um “sério processo de reconciliação”, defende o Papa.
Esta decisão foi tomada depois de Francisco ter enviados duas delegações do Vaticano à diocese paraguaia para averiguarem o que aí se passava. A polémica tinha sido instalada depois de D. Rogelio ter nomeado para vigário-geral da diocese o padre Carlos Urrotigoity, suspeito de abusar de crianças enquanto estava ao serviço numa diocese norte-americana. O sacerdote nunca foi condenado, e muitos vieram a público defender a sua inocência, mas ainda assim, a sua nomeação foi considerada perturbadora e contrária à política que tem sido aplicada pelo Vaticano em casos de suspeita de abuso sexual.
Na altura em que os representantes da Santa Sé estiveram no Paraguai, na visita apostólica de Julho destinada a apurar estes factos, o polémico sacerdote já tinha sido afastado do cargo.
Outro facto que pode ajudar a justificar esta decisão pouco comum de demitir um bispo do seu cargo, pode ser o conservadorismo de Livieres Plano que sempre se opôs com firmeza à teoria da Libertação, corrente de pensamento que surgiu na América Latina e associa a mensagem de Jesus Cristo a movimentos de libertação de injustiças sociais.