O líder parlamentar bloquista diz não ver “incompatibilidade de posições” entre o cargo que ocupa e a disputa à liderança do partido.
Quanto ao posicionamento político, Pedro Filipe Soares, da corrente da UDP, distanciou-se desde já do PS e de António Costa. “Não há nenhuma viragem política no PS. Continuam a defender o Tratado Orçamental (…) Pode chamar-se António Costa ou chamar-se quem seja, não podemos estabelecer entendimento”, referiu o bloquista, justificando que os socialistas defendem a aplicação deste Tratado que “não é bom para Portugal e ataca direitos fundamentais” dos portugueses. “Com esses teremos uma oposição frontal sobre essas matérias”, concluiu.
Apesar de seguir a linha de oposição ao PS que a actual direcção também segue, Pedro Filipe Soares discordou da posição do BE face aos recentes dissidentes, como a corrente Fórum Manifesto, onde se inclui a ex-deputada Ana Drago. Para o líder parlamentar do BE, “as diferenças de opiniões não são fraquezas mas forças”.
Os maus resultados eleitorais do BE não escapam ao deputado. “O partido/movimento está enredado num ciclo de derrotas eleitorais com o qual ainda não conseguiu romper, tendo perdido um significativo capital de confiança que foi construindo ao longo de anos”, pode ler-se na moção “Bloco Plural, factor de viragem!” que Pedro Filipe Soares vai apresentar ao Congresso, a realizar nos dias 22 e 23.
A moção recebeu 860 subscrições – para poder concorrer ao Congresso precisa de 25 – o que demonstra uma “vaga de fundo”, segundo o deputado. “Urge regressar às origens e recuperar a identidade do BE num novo contexto político. É preciso recuperar a combatividade, a irreverência, a credibilidade e a criatividade”, lê-se no documento.
Actualmente a bancada bloquista divide-se em duas correntes: a UDP da qual fazem parte Pedro Filipe Soares, Luís Fazenda (um dos fundadores do BE), Helena Pinto e Mariana Aiveca; e do outro lado a corrente da actual direcção com João Semedo, Catarina Martins, Cecília Honório e Mariana Mortágua.