O inspector da Polícia Judiciária (PJ) referiu que os nove arguidos, seis em prisão preventiva e três em prisão domiciliária – conhecidos por "gangue dos multibancos" -, usavam fios eléctricos, lâmpadas e pilhas para rebentar as máquinas.
“Regra geral, escolhiam os terminais de multibanco localizados em zonas pouco movimentadas à noite”, frisou, em segunda audiência de julgamento.
Os nove arguidos, com idades compreendidas entre os 24 e 61 anos, ficaram conhecidos como o “gangue dos multibancos” e estão acusados pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e simples, falsificação de documentos, uso de armas ilegais e explosão prevista.
Os crimes foram praticados entre 2011 e 2012, na zona norte do país, onde os arguidos se “moviam com facilidade e acediam rapidamente a locais de refúgio”, lê-se na acusação.
O inspector da PJ realçou que o “modo de actuar” era sempre igual: os assaltantes forçavam a abertura da saída de notas da máquina, introduziam aí um cabo condutor de gás e ligavam fios eléctricos a uma bateria (pilhas), provocando a explosão.
Após a detenção dos arguidos houve apenas a explosão de um multibanco com recurso a estes materiais e “modo de actuar”.
Segundo a acusação, os arguidos escolhiam multibancos “preferencialmente” em locais sem sistemas de videovigilância e alarmes de intrusão, actuando sempre de madrugada.
Depois de retirado o dinheiro, os assaltantes fugiam e abandonavam os componentes da máquina em campos agrícolas, caminhos ou rios, enquanto os instrumentos usados nos crimes eram colocados em sacos desportivos e deixados em locais isolados.
Entre si, os arguidos comunicavam com telemóveis de baixo custo que, após os crimes, eram destruídos e abandonados. Já para se deslocarem, usavam estradas secundárias para evitar as portagens.
“Actuavam de forma uniforme, aplicando conhecimentos adquiridos”, refere a acusação.
Até ao momento, os arguidos não quiseram prestar declarações ao colectivo de juízes.
Lusa/SOL