Um ‘resgate’ no valor de mil milhões de euros que implica que a ‘empresa mãe’ irá assumir o controlo da Euro Disney, que gere a Disneyland Paris e o parque Walt Disney Studios. Os norte-americanos apenas possuíam uma quota de 40%, sendo os restantes sócios o príncipe saudita Al- Waleed Bin Talal e uma série de pequenos investidores europeus, que originalmente pagaram 11 € por acção pelo seu pedaço do sonho Disney.
Se durante a maior parte do ano passado as acções já estiveram a ser negociadas a 5€, o anúncio de segunda-feira ainda as afundou mais. Ao meio-dia, em Paris, tinham caído 7,2 por cento, estando nos 3,20€ .
O fiasco reflecte não só o desempenho cronicamente decepcionante da empresa, mas também o fraco ambiente económico na Europa ao longo dos últimos seis anos e que levou as famílias europeias a reduzir a sua despesa.
Pouco mais da metade dos que chegam à Euro Disney são franceses. Os britânicos, espanhóis, belgas e holandeses somam um terço, de acordo com números de 2013. No ano passado, o parque acolheu 14,9 milhões, mas este ano a Euro Disney prevê uma queda que se poderá situar entre os 14,1 e os 14,2 milhões.
O parque europeu nunca atingiu as metas desenhadas pelos seus fundadores, que viram o parque atrair 16 milhões de visitantes anuais até 2004. Em 22 anos de operação, o número de turistas cresceu perto de 28 por cento.
Do outro lado do mundo, outros parques internacionais da marca, em Tóquio e Hong Kong, são um sucesso. O do Japão, que não é propriedade da Disney, afirma-se o mais rentável resort da marca desde a sua abertura, em 1983. O congénere chinês, Hong Kong Disneyland Resort, dobrou os lucros e conseguiu um aumento de receita de 15 por cento.
Desde o início que a dívida estrangulou a casa europeia do rato Mickey e a injecção de capital desta segunda-feira é apenas o mais recente de uma série de resgates e reestruturações financeiras que marcaram a sua história.