Em comunicado, a Marussia explicou esta terça-feira que o seu piloto sofreu uma lesão axonal difusa. Trata-se de minúsculas mas lesivas rupturas na matéria branca do tecido cerebral que são causadas não por uma pancada na cabeça, mas por uma desaceleração súbita do corpo que leva a uma movimentação e a um impacto do cérebro nas paredes do próprio crânio.
Estas rupturas interrompem o fluxo de informação entre os neurónios, levam à morte um grande número de células cerebrais e conduzem a um estado de coma que é irreversível em grande parte das vezes. As vítimas que recuperam a consciência podem sofrer sequelas profundas, embora o nível de gravidade varie de caso para caso.
No comunicado, a equipa reconhece o “momento muito difícil” que atravessa mas expressa “apreço sincero” pelas mensagens de solidariedade que chegam de “todo o mundo”.
Bianchi permanece internado na unidade de cuidados intensivos no hospital Mie, na localidade japonesa de Yokkaichi. Segundo a Marussia, naquela unidade clínica encontra-se agora um reputado neurocirurgião da Universidade de La Sapienza, em Roma, e o presidente da comissão médica da Federação Internacional Automóvel (FIA), Gerard Saillant.
Recorde-se que o automóvel de Bianchi colidiu a alta velocidade com uma grua na sequência de um despiste sob condições atmosféricas adversas. O equipamento estava a ser utilizado na remoção do Sauber de Adrian Sutil, que tinha saído de pista momentos antes, também em despiste.
Sutil criticou o facto de a corrida não ter sido interrompida logo após o primeiro acidente, o que teria evitado o desfecho trágico.
Quanto à prova propriamente dita, Lewis Hamilton (Mercedes) foi o vencedor da corrida em Suzuka. Nico Rosberg (Mercedes) e Sebastian Vettel (Red Bull) fecharam o pódio.