Inês Andrade, responsável pela associação, disse hoje à Lusa que o projecto será posto em prática na cafetaria, prevendo-se que "seja expandido à Rota das Tasquinhas e Restaurantes da Mouraria".
A ideia é "quando alguém vem beber o seu café poder deixar pago outro café ou outra coisa qualquer. Essas contribuições saem registadas num quadro e as pessoas que mais necessitam podem consumir estes alimentos gratuitamente", explicou.
De forma a sinalizar as pessoas que mais precisam, a Associação Renovar a Mouraria vai contar com uma "uma rede de parceiros, que trabalham no terreno, na área dos sem-abrigo, toxicodependentes, pessoas em situação de vulnerabilidade social, pobreza ou solidão", acrescentou Inês Andrade.
"Para além da necessidade básica de subsistência, o projecto pretende ser um pretexto para que as pessoas criem hábitos de frequentar os espaços das associações, criem laços e se envolvam nas actividades de enriquecimento pessoal", afirmou.
Para Inês Andrade, "existe muita pobreza envergonhada, muitas pessoas que não conseguem assumir que estão a passar dificuldades e o objectivo é também chegar a essas pessoas".
Na Mouraria, em Lisboa, "um território de cerca de seis mil moradores, cerca de mil é população com necessidades", enumerou a responsável.
O conceito do "café suspenso" surgiu no sul de Itália, na cidade de Nápoles, e tem vindo, desde Maio deste ano, a ser implementado em Portugal por Mário Barros e dois amigos, que desafiaram a Associação Renovar a Mouraria a aderir.
Lusa/SOL