Espírito Santo Financial Group pede insolvência

A Espírito Santo Financial Group (ESFG) anunciou hoje que vai pedir a insolvência e que também a sua subsidiária ESFIL – Espírito Santo Financière fará o mesmo pedido, informou a empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Espírito Santo Financial Group pede insolvência

Em comunicado enviado ao regulador do mercado, a ESFG informa que "o seu Conselho de Administração resolveu pedir a insolvência" e que também "a sua subsidiária ESFIL pediu a insolvência".

A decisão surge depois de o Tribunal do Luxemburgo ter rejeitado na sexta-feira os pedidos de gestão controlada da ESFG e da ESFIL, empresas do Grupo Espírito Santo.

No comunicado divulgado hoje, a ESFG refere que "é expectável" que o Tribunal do Luxemburgo passe uma ordem de insolvência e "nomeie um ou mais receptores para as propriedades da ESFG e da ESFIL nas audiências de sexta-feira, dia 10 de Outubro".

A ESFG, o braço financeiro do Grupo Espírito Santo, recorda que os procedimentos em relação aos pedidos de gestão controlada da Espírito Santo International (ESI) e da Rioforte Investments, os maiores accionistas indirectos da ESFG, continuam em curso.

Na sexta-feira, fonte do Tribunal do Luxemburgo explicou à Lusa que os processos relativos a gestão controlada são confidenciais, pelo que as instâncias judiciárias não podem prestar qualquer informação, apontando apenas que a decisão foi tomada após terem sido analisados os relatórios dos especialistas.

A mesma fonte remeteu para o artigo 2.º da legislação, que explica que os pedidos de gestão controlada são rejeitados quando, com base nos elementos apresentados, não houver qualquer evidência de que tal gestão iria melhorar progressivamente o normal exercício das empresas ou melhorar a sua situação a nível de activos.

Embora ambas no mesmo sentido, as decisões foram tomadas em separado, dado tratarem-se de dois requerimentos de gestão controlada, apresentados pela ESFG a 24 de Julho passado e pela ESFIL a 31 do mesmo mês.

Poucos dias depois destes pedidos, a 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome Banco Espírito Santo (BES), ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi nomeado Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.

Lusa/SOL