Segundo o balanço da OMS – com dados recolhidos até ao dia 05 de Outubro -, 768 pessoas já morreram na Guiné-Conacri, onde existem 1.298 casos (confirmados, prováveis e suspeitos).
A Libéria é o caso mais preocupante, com 2.210 mortes e 3.924 casos da doença, já a Serra Leoa registou, até ao momento, 879 mortes e 2.789 casos.
Ainda de acordo com a OMS, que divulgou estes dados na quarta-feira, na Nigéria foram registados 20 casos de ébola e oito mortes, no Senegal há um caso da doença.
Nos Estados Unidos, um homem que regressou da Libéria morreu no Hospital Presbiteriano de Dallas, no Texas, na quarta-feira. A infecção foi confirmada por testes realizados pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC).
Por outro lado, os casos de ébola que foram recentemente divulgados na República Democrática do Congo não têm aparentemente relação com os da África Ocidental.
Alguns médicos, missionários, religiosos e outros estrangeiros contaminados pelo vírus em África retornaram aos seus países de origem (sobretudo europeus e norte-americanos) para tratamento, mas nem todos conseguiram sobreviver.
Em Espanha, uma auxiliar de enfermagem foi infectada pelo vírus ébola, no primeiro caso de contágio fora de África, e outras seis pessoas estão internadas para controlo e vigilância epidemiológica num hospital em Madrid.
A Comissão Europeia também pediu explicações a Madrid sobre o que falhou no primeiro caso de contaminação fora de África pelo vírus ébola, que afectou a auxiliar de enfermagem espanhola.
A Europa chegou tarde ao combate ao ébola e a comunidade internacional foi negligente, acusaram 44 especialistas mundiais em Saúde Pública.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou, na segunda-feira, como insuficiente a resposta da comunidade internacional face ao avanço da epidemia na África ocidental.
Obama salientou que vai "pressionar chefes de Estado e de Governo para que façam tudo o que puderem para se juntarem aos Estados Unidos".
No total, o Pentágono poderá enviar cerca de 4.000 soldados para a África ocidental, para participarem no combate à epidemia, mais 1.000 do que o previsto no plano anunciado inicialmente pelo presidente norte-americano.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon já apelou por várias vezes à comunidade internacional para ajudar na crise do ébola que atinge a África Ocidental.
Cerca de 10 mil doses de vacinas experimentais contra o vírus, desenvolvidas pelas empresas GSK (britânica) e a NewLink Genetics (norte-americana), deverão estar disponíveis no início de 2015, divulgou a OMS.
Este é o pior surto registado da doença, que foi detectada no início do ano, com o maior número de infectados e mortes.
O ébola é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade situa-se entre os 25 e os 90 por cento.
A infecção resulta do contacto directo com líquidos orgânicos de doentes – como sangue, urina, fezes ou sémen. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.
Febre costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta. Outros sintomas que sobrevêm são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragias, interna e externa.
Lusa/SOL