Médicos, enfermeiros, administrativos e até o pessoal da limpeza dos hospitais Curry Cabral e D. Estefânia, em Lisboa, e do S. João, no Porto, têm sido, no último mês várias vezes convocados para treinos sobre o equipamento. De surpresa, as direcções clínicas têm feito simulações em que todos os profissionais agem como se ali estivesse a chegar um doente infectado.
“O mais perigoso é tirar o fato. Por isso, o que mais treinamos nos hospitais é a forma correcta de vestir e despir”, conta ao SOL um profissional de saúde que integra as equipas que irão tratar de eventuais doente com ébola, acrescentando que o protocolo estipula que se começa por tirar as luvas, depois o fato (da cabeça até aos pés).
“A última coisa a tirar é o segundo par de luvas que temos sempre de usar”, esclarece. Durante todo o processo, não se pode mexer no corpo nem na roupa que se tem por baixo do fato. “Terá sido aqui que a espanhola falhou”, diz a mesma fonte, referindo-se às suspeitas de que a colega foi contagiada quando, ao tirar a protecção, tocou com uma luva infectada na cara. As autoridades espanholas já admitiram que houve um “relaxamento” no cumprimento das regras.